Não há saída para Temer a não ser impeachment ou renúncia, diz especialista

  • Por Jovem Pan
  • 17/05/2017 21h04
(Brasília - DF 16/01/2017) Entrevista para a agência Reuters. Foto: Alan Santos/PR Alan Santos / PR Michel Temer comemora primeiro resultado positivo do Caged desde 2014

Em entrevista para a Jovem Pan, o professor e cientista político da FGV Cláudio Couto destacou que o envolvimento direto do presidente Temer em uma gravação do presidente da JBS reflete a falência do sistema político brasileiro. “Essa gravação é um fato de gravidade imensa. Tudo indica que teria ocorrido no mandato presidencial. O pagamento de propina é algo insustentável para o mandato de Temer”, disse Couto.

Segundo o especialista, se comprovadas as denúncias, o atual presidente não teria mais como seguir no cargo. “Não há outra saída que não seja o impeachment ou a renúncia”, revelou.

Couto também esclarece quais seriam os próximos desdobramentos, caso Temer caia. “Não temos tempo hábil para eleições diretas. No caso de renúncia, deve se ocorrer uma eleição indireta. Já em caso de impeachment ocorreria a substituição natural pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Estamos há um ano da próxima eleição e seria melhor seguimos com um mandato tampão até lá, com a possibilidade de eleições gerais”, explicou o cientista político. 

O possível envolvimento de Temer no crime de responsabilidade fiscal atesta que as investigações da Lava Jato podem ser ainda mais profundas. “A operação está longe do fim. Agora vemos o atual presidente da República envolvido num escandâlo de corrupção. É algo muito mais sério do que a deposição da gestão anterior. A crise afeta o sistema político como um todo, pois também temos o envolvimento da oposição como o senador Aécio Neves. Isso não é resultado da ação de um governo ou um partido. É um problema enraizado que afeta o sistema político como um todo”, reiterou Claúdio Couto. 

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