‘Não podemos criminalizar o agricultor pela seca que está acontecendo’, diz Carlos Augustin

Cinquenta representações diplomáticas estão se reunindo nesta semana em Mato Grosso para o encontro do Grupo de Trabalho da Agricultura do G20

  • Por Bruno Pinheiro
  • 11/09/2024 11h32 - Atualizado em 11/09/2024 16h53
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Divulgação/Jovem Pan bruno entrevista O evento em Chapada dos Guimarães conta com uma participação recorde de ministros de Estado da Agricultura

Cinquenta representações diplomáticas estão se reunindo nesta semana em Mato Grosso para o encontro do Grupo de Trabalho da Agricultura do G20. Promovido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o evento conta com delegações de mais de 20 países pertencentes ao grupo, representantes de organismos internacionais, além de países convidados estrategicamente pelas autoridades brasileiras. O debate acontece em meio a uma série de queimadas que atingem o Pantanal e a Amazônia. Um levantamento feito pela Jovem Pan, com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, nas últimas 48 horas, mostra que Mato Grosso registrou 2.866 focos de incêndios. Em conversa com jornalistas, o ministro Carlos Fávaro afirmou que, quando MT foi escolhido para sediar o evento, já sabiam que poderiam encontrar um período de seca e com alguns incêndios.

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“Confesso que, quando tomamos a decisão de escolha aqui, no centro do Brasil, no estado que tem a maior produção de alimentos, em um estado que tem mais de 60% do seu território preservado, em um ambiente lindo como esse, que contempla também o ecoturismo, o parque e a luta de conservação, sabíamos que seria o período seco; tradicionalmente, é o período da seca, e que poderíamos ter o risco de alguns incêndios. E hoje isso se supera muito mais: o Brasil todo, em qualquer lugar que nós fôssemos fazer, hoje tem 25 estados da Federação com incêndios, muitos deles descontrolados. Nós temos uma força-tarefa para combatê-los” disse Fávaro. Nesta quarta-feira (11), Carlos Augustin, assessor especial do Ministério da Agricultura e Pecuária, disse à Jovem Pan que não se pode condenar o produtor rural pela seca severa que o país está enfrentando.

“Nós não podemos criminalizar o agricultor pela seca que está acontecendo. Quer dizer, se eventualmente algum agricultor usou dessa seca para fazer fogo criminoso, é óbvio que isso é uma coisa odiosa. Mas a verdade é que uma seca como essa é indutora do fogo, e dentro disso existem alguns que criminosamente se aproveitam dessa situação. Então, nós temos dois problemas aí: nós temos o problema climático mesmo, que esse é o problema, e nós temos alguns que se aproveitam dessa situação para fazer um manejo que é irregular e aproveitam da situação para fazer fogo no pasto, para fazer renovação ou limpeza diária e coisas assim”, afirmou Augustin.

O evento em Chapada dos Guimarães conta com uma participação recorde de ministros de Estado da Agricultura, conforme apresentado por Perosa, que discutirão os cenários da agropecuária. “É uma grande oportunidade para o Brasil, a retomada do protagonismo internacional, um momento para o país ser protagonista dessa discussão global sobre o futuro da agricultura no mundo todo”, destacou o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa.

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