‘Não queria estar na pele dos que perderam os filhos’, diz pai de aluna de escola em Suzano

  • Por Jovem Pan
  • 13/03/2019 12h53
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Suamy Beydoun/Estadão Conteúdo "Eu escutei um barulho de tiro. Para mim tinham atirado nela. Foi um desespero”, relatou o pai a jornalistas no local

Diante da falta e desencontro de informações nos primeiros momentos após o ataque a tiros na escola estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande SP, muitos pais de alunos foram às pressas ao local para saberem de seus filhos.

Rogério Reis, pai de uma aluna que tinha começado a estudar naquele colégio na segunda-feira (11), disse que soube do ataque porque ela conseguiu fazer uma ligação. “Era umas 9h15, no máximo”, disse. “Ela relata que tinha ido até a secretaria da escola para pagar alguma coisa e ela escutou um tiro, mas brincou com a colega e disse que deveria ser uma bombinha. Quando ela chegou, deu de encontro com o cara com máscara de caveira e ela e a amiga correram para o banheiro. Eu escutei um barulho de tiro. Para mim tinham atirado nela. Foi um desespero”, relatou o pai a jornalistas no local.

A filha de Rogerio está agora em casa, mas após os disparos ela foi com a amiga em direção ao Sesc, que fica perto da região, na tentativa de se protegerem.

“A gente passa a valorizar mais a nossa vida. Eu não queria estar na pele dos pais que perderam os filhos, mas Deus guardou minha filha. Ela começou na segunda-feira, não tem como culpar ninguém. Tínhamos boa informação da escola”, disse.

Governador Doria em Suzano

Após cancelar sua agenda e seguir para Suzano, onde dois atiradores mataram ao menos oito pessoas, o governador João Doria (PSDB) disse que ficou “muito impactado” com a cena vista na escola estadual Raul Brasil nesta quarta-feira (13).

Cena mais triste que já assisti em toda a minha vida”, disse o tucano aos jornalistas presentes no local. “Ao chegar fui ao local e fiquei consternado com o que vi aqui. A minha solidariedade a essas famílias, aos feridos”.

Segundo Doria, a Secretaria de Saúde prestará toda a ajuda psicológica necessária para as famílias e feridos. “O governo do Estado e a Prefeitura de Suzano darão todo o apoio, material inclusive, a famílias de vítimas, também auxílio-funeral e assistência médica e psicológica que for necessária a partir de agora”, disse o governador. “Prioridade é comunicas as famílias de vítimas e fazer isso de forma reservada. Em circunstância como essa, qualquer manifestação pode ser precipitada. Em vez de especular, vamos informar”, completou.

Atiradores

De acordo com o comandante-geral da PM, coronel Salles, os atiradores utilizaram um revólver calibre 38 e uma “besta”, semelhante a um arco e flecha, além de recarregamento de revólveres.

Há a suspeita de que eles também teriam levado ao local artefatos explosivos, o que já está sendo averiguado pelo GATE.

O atentado

Dois homens dispararam contra alunos e funcionários dentro da escola estadual Raul Brasil, no Jardim Imperador, em Suzano, na Grande São Paulo, na manhã desta quarta-feira (13). A Polícia Militar confirmou a morte de oito pessoas, além dos dois atiradores que se mataram.

As vítimas foram encaminhadas para hospitais da região. Seis unidades de resgate, três unidades do SAMU, duas unidades de Suporte Avançado e dois helicópteros da Polícia Militar atuam na operação.

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