“Não se entrega”, pedem manifestantes durante leitura de bispo

  • Por Jovem Pan
  • 07/04/2018 11h45 - Atualizado em 07/04/2018 12h43
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Fotos Públicas/Paulo Pinto Lula participa de ato religioso no Sindicato de Metalúrgicos do ABC , em São Bernardo, após ter sido decretada sua prisão

Enquanto começava a ler a passagem bíblica das “bem-aventuranças”, o bispo Dom Angélico Sândalo Bernardino foi interrompido por apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que gritaram: “Não se entrega, não se entrega”, diversas vezes neste sábado (7). A expectativa é que Lula se entregue à Polícia Federal após o a missa em homenagem à ex-primeira-dama Marisa Letícia.

Incomodado, o clérigo esperou a manifestação cessar e disse: “Eu peço para esse grupinho que está aqui que tenha a bondade de esperar um pouquinho. Muito obrigado”, pediu. “Agora, vamos continuar a leitura da palavra de Jesus”.

No final da leitura de trecho do evangelho de Mateus, capítulo 5, novamente os militantes gritaram: “não se entrega”.

O bispo disse, então: “podemos clamar, resistir, mas o nosso Lula é que vai dizer depois a sua palavra”.

Após outra manifestação no mesmo sentido, Bernardino afirmou que os apoiadores do ex-presidente devem “continuar lutando”.

“O quanto é importante que esse povo pacífico de mãos dadas no cotidiano continue lutando”, disse o bispo.

“Resistir”, é outro grito constante durante o ato.

Palavras políticas do clérigo

Bernardino, logo depois de pedir a paciência do povo, não deixou de manifestar o seu discurso político. Ele criticou a “volúpia dos poderosos em cima do povo. Essa é a realidade. E a grande imprensa está a serviço do poder econômico”, afirmou.

Em momento anterior na missa, Bernardino discursou contra a reforma trabalhista, a reforma da Previdência e os “sucessivos golpes” que estaria sofrendo o País. Os “anos de chumbo” da Ditadura Militar também foram lembrados e ele estimulou o grito: “o povo unido jamais será vencido”.

“Muita gente que está aqui se lembra, nos tempos do golpe civil militar, nos anos de chumbo, que nós saíamos às ruas lutando por nossas causas, as causas do povo. E o que nós dizíamos: o povo unido jamais será vencido”, disse o bispo.

Outro membro da Igreja Católica que subiu ao carro de som disse que o evento “não se trata de uma celebração política-partidária”. “O amor fraterno vencerá o ódio”.

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