‘Não tem preço ver o PT brigando pelo PSDB’, diz Janaína Paschoal na Alesp

  • Por Jovem Pan
  • 15/03/2019 18h02 - Atualizado em 15/03/2019 18h12
BRUNO ROCHA/ESTADÃO CONTEÚDO Cauê Macris foi reeleito no parlamento paulista em votação marcada por confusão entre deputados

Janaína Paschoal (PSL), derrotada por Cauê Macris (PSDB) na disputa interna pela presidência da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, afirmou (e ironizou adversários) no momento em que votava: “Não tem preço ver o PT brigando pelo PSDB”.

O pleito aconteceu nesta sexta-feira (15) e o clima foi bastante agitado. No plenário, apoiadores dos dois candidatos se envolveram em confusão com insultos verbais que por muito pouco não evoluiu para agressões físicas.

Opositores históricos, PSDB e PT se aliaram para a reeleição do tucano. Entre justificativas feitas em plenário, havia afirmações de que outros candidatos seriam fascistas, em referência a ofensa geralmente feita ao presidente da República, Jair Bolsonaro.

Briga

A confusão desta tarde começou quando Arthur Mamãe Falei (DEM) tentou impedir o início da votação, irritando Barba (PT). O empurra-empurra foi tão intenso que os parlamentares precisaram ser contidos por colegas como Campos Machado (PTB).

Na véspera da votação, Gil Diniz, líder do PSL, fez pedido de liminar à justiça para barrar a candidatura do tucano, medida justificada nos termos do regimento interno. Um desembargador negou a solicitação, beneficiando Cauê e “prejudicando” Janaína.

Isso porque, se Cauê Macris teve 70 votos (74% do total de 94 deputados), Janaína teve 16. Os outros dois candidatos, correndo por fora, foram Daniel José (Novo) e Mônica da Bancada Ativista (PSOL), com quatro votos cada um.

“O desembargador reconheceu que o regimento interno veda a recondução. Ele não determinou [nada], deixou expresso que respeita o Poder Legislativo e nós temos que decidir”, protestou a deputada. Aplaudida por alguns, ela foi ignorada pela Mesa Diretora.

Mais tarde, após a eleição presidencial, antes da votação para os demais cargos diretivos, a sessão chegou a ser suspensa por 15 minutos para que, por ordem de Macris, todos que não fossem deputados foram retirados do plenário pela Polícia Militar.

Números

Depois de ter ganhado fama no processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), Janaína conseguiu se eleger pela primeira vez em outubro passado, com 2.060.786 votos. Sozinha, ela somou mais votos do que todos os 10 deputados do PT e 8 do PSDB juntos. As duas bancadas tiveram 774.988 e 678.592 votos, respectivamente.

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