“Não tem vingança nenhuma”, diz Cunha antes da sessão do impeachment
Minutos antes de abrir a sessão que vota neste momento a admissibilidade do impeachment da presidente da República Dilma Rousseff, o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) negou novamente que o seu ato de acatar o processo, que se deu em dezembro do ano passado, não foi “vingança” contra o governo, como alegam os defensores de Dilma. No dia em que aceitou o pedido de impeachment, Cunha perdeu votos de parlamentares do PT no Conselho de Ética, que desde de então analisa a cassação do presidente da Casa.
“O que levou esse processo é a existência do crime de responsabilidade, e estão abrindo o processo para poder julgar depois (no Senado)”, disse Cunha. O deputado lembrou que Eduardo Cunha bateu o recorde de pedidos de impeachment protocolados na Câmara. “Isso não é normal. É uma conjuntura desfavorável”, acrescentou.
“Com 50 pedidos de impeachment, como você vai dizer que é uma vingança? Eu já tinha rejeitado 39″“, questionou. “Não tem vingança nenhuma”, garantiu Cunha. “O conselho (de ética) só votou alguma coisa contra mim 13 dias depois que foi aberto o processo”, argumentou o peemedebista.
Cunha também desafiou os deputados que planejam faltar à sessão. “Se alguém está procurando se ausentar, vai perder seu tempo”, disse Cunha lembrando que vai chamar para votar todos os parlamentares, até os ausentes, nome a nome. Questionado se a sessão deste domingo (17) seria tumultuada, Cunha apenas comentou: “faz parte”.
“Abismo”
Cunha também citou a existência de um “processo político desfavorável desde a eleição (de 2014)”. Para ele, o pleito presidencial daquele ano “trouxe uma divisão muito grande para o país porque a forma como se conquistou a vitória foi contestada”. “A partir daí um abismo vai gerando outro”, acrescentou. Cunha também criticou o que chamou de “processo de feirão”, referindo-se à oferta de cargos do governo federal para tentar evitar o impeachment.
STF
Cunha ainda comentou brevemente o processo de impeachment contra o vice-presidente Michel Temer (PMDB), cuja abertura foi exigita pelo ministro do STF Marco Aurélio Mello. “Pela aquela liminar eu terei que abrir todos os (pedidos de impeachment) que estão na casa”, disse. “Talvez o ideal fosse esperar”.
Acompanhe a votação do impeachment ao vivo:
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