“Não vamos falar em crise, vamos trabalhar”, pede Temer em 1º discurso

  • Por Jovem Pan
  • 12/05/2016 16h52
DF - TEMER/MINISTÉRIO/POSSE - POLÍTICA - O presidente interino Michel Temer (c) discursa após empossar seu ministério em solenidade realizada no Palácio do Planalto, em Brasília, na tarde desta quinta-feira, 12. 12/05/2016 - Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO Estadão Conteúdo/Dida Sampaio Michel Temer no 1º discurso - AE

Sob o slogan “Governo Federal: Ordem e Progresso”, Michel Temer assumiu interinamente a Presidência da República nesta quinta-feira (12), após o Senado decidir pela admissibilidade do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

Em seu primeiro pronunciamento como chefe de Estado, durante cerimônia de posse dos novos ministros, o peemedebista reconheceu que o País tem grandes desafios pela frente e cobrou trabalho. “A partir de agora não podemos mais falar de crise. Trabalharemos. Não vamos falar em crise, vamos trabalhar”, disse.

Temer admitiu que o momento pede sobriedade, mas viu entusiasmo no Governo interino que se inicia. “Minha primeira palavra ao povo brasileiro é a palavra confiança. Confiança nos valores que formam o caráter de nossa gente, na italidade da nossa democracia. Confiança na recuperação da economia nacional, nos potenciais do nosso País, em suas instituições sociais e políticas e na capacidade que, unidos, poderemos enfrentar os desafios deste momento que é de grande dificuldade”, declarou.

O peemedebista afirmou ainda que é preciso pacificar a nação e unificar o Brasil. “É urgente fazermos um Governo de salvação nacional. Partidos políticos, lideranças e entidades organizadas e o povo brasileiro hão de prestar sua colaboração para tirar o País da sua grave crise”.

Em respostas às recentes acusações de que acabaria com programas sociais do Governo Dilma, Temer fez questão de reafirmar que irá mantê-los. “O Bolsa Família, Pronatec, Fies, ProUni, Minha Casa, Minha Vida, entre outros, são projetos que deram certo e terão sua gestão aprimorada. Nós precisamos acabar com o hábito que assumindo outrem no Governo você tem que destruir. Ao contrário, você tem que prestigiar aquilo que deu certo”, afirmou. “A Lava Jato tornou-se referência, e daremos proteção contra qualquer tentativa de enfraquecê-la”, defendeu.

O presidente em exercício expressou seu compromisso com tais reformas e garantiu que “nenhuma dessas alterará os direitos adquiridos pelos cidadãos brasileiros”.

Cobrando diálogo e reiterando a unificação, Temer disse ter conhecimento de que a agenda será difícil e complicada, mas que seu Governo terá a participação da sociedade: “temos que governar em conjunto”.

Durante seu primeiro pronunciamento como chefe de Estado, Temer fez questão de tranquilizar o mercado para a retomada do crescimento econômico e assegurar uma melhor eficiência nos gastos públicos.

Temer ainda declarou seu “absoluto respeito institucional à senhora Dilma Rousseff”, mas não entrou no mérito da recente votação no Senado que a afastou da Presidência da República.

Também na tarde desta quinta, Dilma Rousseff, em vídeo gravado no Palácio do Planalto e divulgado nas redes sociais, convocou apoiadores a lutarem pela democracia.

Sem citar o nome de Michel Temer, Dilma disse que o novo Governo não terá legitimidade nem respeito e será “a grande razão para a continuidade da crise”.

Equipe ministerial

Na tarde desta quinta, a assessoria do presidente em exercício divulgou a lista de novos ministros que comporão a equipe do Governo federal. Mais cedo, no Diário Oficial, Dilma exonerou 28 dos 31 ministros.

Os principais nomes na Esplanada dos Ministérios são Henrique Meirelles para a Fazenda, Eliseu Padilha (PMDB) para a Casa Civil, Romero Jucá (PMDB) para o Planejamento, Alexandre de Moraes para a Justiça, Raul Jungmann (PPS) para a Defesa, Mendonça Filho (DEM) para a Educação e José Serra (PSDB) para as Relações Exteriores, que passa a incluir o Comércio Exterior.

Temer anunciou 24 nomes (21 novos ministros). Dois nomes ainda precisam ser anunciados (Minas e Energia e Integração Nacional). Dilma, que chegou a ter 39 ministros, deixou o Governo temporariamente com 31 pastas. A expectativa era de redução de cadeiras.

Confira a lista completa:

Fazenda: Henrique Meirelles
Planejamento: Romero Jucá (PMDB)
Desenvolvimento, Indústria e Comércio: Marcos Pereira
Relações Exteriores (inclui comércio exterior): José Serra (PSDB)
Programa de Parcerias e Investimentos: Moreira Franco (PMDB) (secretario-executivo)
Casa Civil: Eliseu Padilha (PMDB)
Secretaria de Governo: Geddel Vieira Lima (PMDB)
Secretaria de Imprensa: Marcio Freitas (não é ministério)
Secretaria de Segurança Institucional (inclui Abin): Sérgio Etchegoyen
Educação: Mendonça Filho (DEM)
Saúde: Ricardo Barros (PP)
Justiça e Cidadania: Alexandre de Moraes
Agricultura: Blairo Maggi (PP)
Trabalho: Ronaldo Nogueira (PTB)
Desenvolvimento Social e Agrário: Osmar Terra (PMDB)
Meio ambiente: Sarney Filho (PV)
Cidades: Bruno Araújo (PSDB)
Ciência e Tecnologia e Comunicações: Gilberto Kasssab (PSD)
Transportes: Maurício Quintella (PR)
Advocacia-Geral da União (AGU): Fabio Medina
Fiscalização, Transparência e Controle (ex-CGU): Fabiano Augusto Martins Silveira
Defesa: Raul Jungmann (PPS)
Turismo: Henrique Alves (PMDB)
Esporte: Leonardo Picciani (PMDB)
Minas e Energia: Fernando Coelho Filho (PSB)
Integração Nacional: Helder Barbalho (PMDB)

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