Negros são mais enquadrados como traficantes do que brancos em situações similares em SP, aponta estudo do Insper
Levantamento do Centro de Estudos Raciais do Insper analisou 3,5 milhões de boletins de ocorrência de 2010 a 2020
Um levantamento do Centro de Estudos Raciais do Insper evidencia disparidade racial na abordagem policial em São Paulo: 31 mil negros foram classificados como traficantes em circunstâncias semelhantes às que brancos foram considerados usuários de drogas, especialmente maconha. Esse enquadramento diferenciado, que leva a um encarceramento desproporcional de negros, foi observado em casos envolvendo pequenas quantidades de drogas. O estudo, que analisou 3,5 milhões de boletins de ocorrência de 2010 a 2020, aponta que negros têm 1,5% mais chances de serem enquadrados como traficantes do que brancos, mesmo quando as condições são comparáveis.
A pesquisa também observou que a crise econômica entre 2014 e 2017 intensificou essa disparidade e relaciona o resultado ao racismo institucional, concluindo que a prática prejudica ainda mais o acesso de negros ao mercado de trabalho, realimento o processo de aumento desigualdade.
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