Nem militares da ditadura fecharam o STF, diz Gilmar Mendes sobre vídeo de Eduardo Bolsonaro
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes classificou, nesta terça-feira (23) como imprópria e inadequada a declaração do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL) de que seriam necessários apenas um cabo e um soldado para fechar a corte.
“Quando se faz isso, você já fechou alguma coisa mais importante, que é a própria Constituição”, disse a jornalistas. “É bom lembrar que nem os militares [da ditadura] fecharam o Supremo Tribunal Federal”, afirmou ao lembrar que houve somente cassação de mandatos no período de 1964 a 1985.
“As Forças Armadas são instituição do Estado brasileiro, não de um partido político. Quando se diz ‘vamos usar um cabo e um soldado’ está se usando as Forças Armadas como milícia, polícia, isso não é próprio”, enfatizou.
No domingo (21), Eduardo, que é filho do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), voltou atrás na declaração, disse no Twitter que não defendeu o fechamento do STC e pediu desculpas se o que falou foi “infeliz ou se atingiu alguém”.
O candidato à presidência, durante entrevista concedida ontem (22) ao SBT informou que já advertiu o “garoto”. “A responsabilidade é dele. Isso aconteceu há quatro meses. Ele aceitou responder a uma pergunta que não tinha nem pé, nem cabeça, e resolveu levar para o lado desse absurdo.”
A declaração do deputado federal mais votado da história do país foi criticada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), pelo candidato Fernando Haddad (PT) e por próprios ministros do STF, como Alexandre de Moraes, que pediu investigação do caso.
*Com informações do Estadão Conteúdo.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.