“Ninguém está acreditando em político nenhum”, diz economista Jason Vieira
Economista participou do Morning Show nesta terça-feira (5)
“Ninguém está acreditando em político nenhum”Com a iminência de queda do Governo, a pergunta que as pessoas mais se fazem é sobre o futuro da economia, que vive uma fase de muita instabilidade por conta da crise política. Nesta terça-feira (5), o Morning Show recebeu a comentarista da Jovem Pan, Denise Campos de Toledo e o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, para falarem sobre o assunto.
“É um cenário que ainda é muito difícil prever qualquer coisa. Mas é importante dizer que o mercado financeiro não se interessa por politica, se interessa por politica econômica. Quando estávamos no governo Lula, até 2008, estava tudo em ordem, mas em 2009, com a crise nos EUA, o mercado começou a olhar de forma diferente”, ressaltou Jason.
Sobre o processo de impeachment que tramita na Câmara e será votado no próximo dia 18, ele acredita que seja só o começo paras as mudanças necessárias e, caso não aconteça, as coisas podem piorar.
“Já está ruim, se o impeachment não acontecer, vai ser um dos governos com menos apoio no Congresso e também popular. Ninguém está acreditando em político nenhum, mas tem-se a expectativa de que a entrada de notáveis na área econômica, empresarial. Obviamente que, se isso se frustrar, a coisa fica toda ruim. O pós [impeachment] não vai ser fácil, mas dá-se a sensação de que uma nova equipe econômica possa trazer mais estabilidade”, considera Jason.
Denise também lamenta o ponto em que se chegou e é categórica quanto ao futuro: “ela [Dilma] entrou em uma situação que não tem volta. Vai ser um caos. Do jeito que está não dá pra ficar, o Governo é muito incompetente na base econômica. Para quem assumir também não será fácil, porque terá que tomar medidas impopulares, mexer em gastos, aumentar impostos e essa coisa do desemprego vai prosseguir, porque as empresas perderam o movimento”.
Problema antigo
Segundo Jason, todo bom economista é “apartidário”, para garantir a seriedade das decisões e se for analisada a estrutura completa da crise política, é possível enxergar o quanto o quadro é antigo e complexo.
“O grande problema é que a cultura brasileira é que está envolvida neste cenário todo, esta arraigada. É o país da esmola, em pequenos ou em grandes volumes. Parte do governo tenta tutelar demais, o estado brasileiro é tutelador para manter o controle. A infraestrutura, os impostos, as burocracias… em relação aos nossos pares internacionais, a gente é uma porcaria”.
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