No Brasil, mulheres têm melhor desempenho na educação, mas salários 42,7% menores
Além de escancarar um Brasil estacionado no ranking mundial de IDH, o relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano (PNUD) divulgado nesta sexta-feira (14) mostrou uma série de dados relacionados à desigualdade entre os gêneros no país. Foi constatado, por exemplo, que, apesar de as mulheres apresentarem melhor desempenho na educação e terem maior expectativa de vida, possuem renda 42,7% menor que a dos homens.
De acordo com o estudo, a média da renda das mulheres é de 10,073 PPP, contra 17,566 PPP para homens. A sigla se refere a “paridade do poder de compra” (PPP em inglês), medida utilizada pelo relatório. A média de renda per capita do país é de 13,755.
Além disso, enquanto o IDH dos homens brasileiros é de 0,761 (em escala de 0 a 1 ponto), o das mulheres é de 0,755. O cenário se inverte, porém, quando o quesito é expectativa de vida: no caso delas é de 79,3 anos; no deles, 72,1 anos. Em relação à educação, a projeção de uma menina que entra no ensino em idade regular é permanecer estudando por 15,9 anos e ter uma média de estudo de 8 anos, contra, respectivamente, 14,9 e 7,7 para os meninos.
Brasil tem menos mulheres no Parlamento que Níger
Outro dado preocupante analisado pelo relatório trata da participação das mulheres na política. Para se ter uma ideia, o país com menor IDH mundial, Níger, tem mais mulheres no Parlamento do que o Brasil. Apenas 11,3% das cadeiras do Congresso Nacional são ocupadas por deputadas e senadoras. Em Níger, são 17%.
Ranking geral da desigualdade
Além dos índices citados acima, índices como taxas de mortalidade materna, taxa de natalidade de mães adolescentes, educação secundária e participação na força de trabalho são analisados para chegar ao número do Índice de Desigualdade de Gênero, indicador do programa específico sobre o tema. Aqui, de 160 países, o Brasil ocupa a 94ª posição.
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