Nova mala encontrada em casa de João de Deus escondia R$ 1,2 milhão
A mala com dinheiro encontrada pela Polícia Civil de Goiás em uma casa de João de Deus, na sexta-feira (21), escondia cerca de R$ 1,2 milhão. A informação foi confirmada pela equipe que apura o caso. O local foi alvo de buscas. O dinheiro estava em um porão que era acessado a partir de um fundo falso em um armário.
O local também escondia esmeraldas, cujo valor ainda não foi contabilizado por policiais. Em entrevista à Jovem Pan, o delegado-geral da Polícia Civil goiana, André Fernandes de Almeida, disse que novas ações contra o médium podem ocorrer mesmo ao longo dos feriados prolongados de fim de ano.
Primeira mala com dinheiro
Na quarta (19), policiais já haviam localizado uma mala com R$ 405 mil em espécie. O valor estava distribuído em diferentes tipos de moeda – como euros, pesos argentinos, francos suíços e dólares americanos e canadenses. A maior parte do dinheiro era composta por notas de real. A origem dos valores é desconhecida até o momento.
Na apreensão, agentes consideraram “estranha” a quantidade, considerada “anormal” por estar armazenada dentro de uma residência comum. Por causa desse alto valor, é provável ainda que o médium seja investigado também pelo Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro da polícia goiana, no que seria um terceiro inquérito.
Novo mandado de prisão
Na sexta, o juiz Liciomar Fernandes da Silva, do Tribunal de Justiça de Goiás, decretou um novo mandado de prisão preventiva contra o João de Deus. O médium também é investigado pela posse de cinco armas de fogo, encontradas em um de seus endereços na cidade de Abadiânia (GO). O local foi alvo de buscas na quarta (19).
Na decisão, o magistrado afirmou que o resultado das buscas “fundamentou” a “necessidade da decretação da prisão preventiva” do médium para “garantia da ordem pública”. Ele será acusado formalmente de posse ilegal de arma de fogo. “Ao que tudo indica, João de Deus chefia uma organização criminosa que atua principalmente na cidade de Abadiânia.”
Acusações
O líder espiritual é acusado de abuso sexual por mais de 500 mulheres de sete países diferentes e está detido desde domingo (16), quando se entregou à polícia em uma estrada de terra de Abadiânia. Após as primeiras denúncias, João movimentou R$ 35 milhões, o que acelerou o pedido de prisão, segundo confirmou o Ministério Público.
A Polícia Civil indiciou João de Deus na quinta-feira (20) por violação sexual mediante fraude. O crime teria sido cometido contra uma mulher de cerca de 40 anos em 24 de outubro deste ano, durante atendimento espiritual na Casa Dom Inácio de Loyola. O inquérito, o primeiro finalizado contra o médium, será remetido ao MP.
Habeas corpus
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, pode decidir nesta sexta-feira (21) se João de Deus será ou não posto em liberdade. Cabe a ele julgar o terceiro habeas corpus apresentado por advogados do médium, a quem visitou. Para avaliar o caso, o ministro chegou a pedir informações ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O habeas corpus que está sendo apreciado por Dias Toffoli é o terceiro impetrado pela equipe de advogados capitaneada por Alberto Toron. Na quarta (19), o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Nefi Cordeiro negou a solicitação do advogado. Um dia antes, na terça (18), o Tribunal de Justiça de Goiás já havia indeferido outro pedido.
O terceiro pedido, apesentado na quinta, foi sorteado para o ministro Gilmar Mendes, que seria o relator. Como o judiciário está em recesso desde as 15 horas de quarta, a ação foi remetida ao gabinete de Toffoli – que, como presidente, responde pelo plantão da Corte no período. O Supremo é a última instância judicial, mas pode caber recurso à futura decisão.
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