Nove petistas, Collor e outros três senadores votaram contra prisão de Delcídio; veja

Senado em alvoroço durante votação que decidiu pela manutenção da prisão de Delcídio Amaral; apenas seis parlamentares faltaram

Em votação aberta na noite desta quarta (25), o Senado Federal manteve a prisão de Delcídio Amaral (PT-MS), líder do governo na Casa, preso pela Polícia Federal por tentar atrapalhar as investigações da Lava Jato, oderecendo vantagens para o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró não aceitar a delação premiada e fugir do Brasil.

Veja a lista completa dos deputados que foram contra a prisão e tiveram o voto derrotado ao final do texto

Mais cedo, o Supremo Tribunal Federal já havia referendado a prisão ordenada pelo ministro Teori Zavascki a pedido do procurador-geral Rodrigo Janot. Essa foi a primeira vez em que um senador foi preso no exercício da atividade no Brasil. A Constituição permite que um membro do Legislativo seja preso apenas quando há flagrante de crime inafiançável.

A lei determina também que o Senado analise a prisão num prazo de 24 horas, o que foi feito pelo presidente da Casa Renan Calheiros.

Votos

A Consitituição diz ainda que a prisão precisa ser confirmada pela maioria simples do Senado (ou seja, ao menos 41 dos 81 senadores).

Estiveram presentes na sessão desta quarta 74 parlamentares (seis faltaram e Delcídio, preso, obviamente não votou). Votaram a favor da prisão de Delcídio 59 deles. Treze votaram contra, um se absteve e o presidente não vota.

Quase todos os partidos (PSDB, PSB, DEM, PSD, PSC, PPS, PRB e Rede) orientaram seus senadores a votar “sim”, pela manutenção da prisão de Delcídio. O PMDB e o PDT deixaram seus deputados “livres”. O único partido que recomendou contra a prisão do líder do governo na Câmara foi o PT.

Dos doze senadores petistas, apenas dois rejeitaram a recomendação do partido e foram a favor da prisão de Delcídio: Paulo Paim (PT-RS) e Walter Pinheiro (PT-BA). Fátima Bezerra (PT-RN) estava ausente.

Além dos outros nove deputados do Partido dos Trabalhadores, outros quatro senadores foram contra a detenção decretada pelo STF: Fernando Collor (PTB-AL), Roberto Rocha (PSB-MA), Telmário Mota (PDT-RR) e João Alberto Souza (PMDB-MA).

Veja a lista completa dos votos dos senadores:

Votaram “não” (contra a prisão de Delcídio Amaral):

Ângela Portela (PT-RR)
Donizete Nogueira (PT-TO)
Fernando Collor (PTB-AL)
Gleisi Hoffmann (PT-PR)
Humberto Costa (PT-PE)
João Alberto Souza (PMDB-MA)
Jorge Viana (PT-AC)
José Pimentel (PT-CE)
Lindberg Farias (PT-RJ)
Paulo Rocha (PT-PA)
Regina Sousa (PT-PI)
Roberto Rocha (PSB-MA)
Telmário Mota (PDT-RR)

Absteve-se:

Edison Lobão (PMDB-MA)

Faltaram à sessão plenária:

Alvaro Dias (PSDB-PR)
Antonio Anastasia (PSDB-MG)
Fátima Bezerra (PT-RN)
Gladson Cameli (PP-AC)
Nogueira (PP-PI)
Wellington Fagundes (PR-MT)

Votaram “sim” (para manter a prisão de Delcídio Amaral)

Acir Gurgacz (PDT-RO)
Aécio Neves (PSDB-MG)
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP)
Ana Amélia (PP-RS)
Antônio Carlos Valadares (PSB-SE)
Ataídes Oliveira (PSDB-TO)
Benedito de Lira (PP-AL)
Blairo Maggi (PMDB-MT)
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
Cristovam Buarque (PDT-DF)
Dalírio Beber (PSDB-SC)
Dário Berger (PMDB-SC)
Davi Acolumbre (DEM-AP)
Douglas Cintra (PTB-PE)
Eduardo Amorim (PSC-SE)
Elmano Ferrer (PTB-PI)
Eunício Oliveira (PMDB-CE)
Fernando Coelho (PSB-PE)
Flexa Ribeiro (PSDB-PA)
Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN)
Hélio José (PSB-DF)
Ivo Cassol (PP-RO)
Jader Barbalho (PMDB-PA)
João Capiberibe (PSB-AP)
José Agripino (DEM-RN)
José Maranhão (PMDB-PB)
José Medeiros (PPS-MT)
José Serra (PSDB-SP)
Lasier Martins (PDT-RS)
Lídice da Mata (PSB-BA)
Lúcia Vania (PSB-GO)
Magno Malta (PR-ES)
Marcelo Crivella (PRB-RJ)
Marta Suplicy (PMDB-SP)
Omar Aziz (PSD-AM)
Otto Alencar (PSD-BA)
Paulo Bauer (PSDB-SC)
Paulo Paim (PT-RS)
Raimundo Lira (PMDB-PB)
Randolfe Rodrigues (REDE-AP)
Reguffe (PDT-DF)
Ricardo Ferraço (PMDB-ES)
Ricardo Franco (DEM-SE)
Roberto Requião (PMDB-PR)
Romário (PSB-RJ)
Romero Jucá (PMDB-RR)
Ronaldo Caiado (DEM-GO)
Rose de Freitas (PMDB-ES)
Sandra Braga (PMDB-AM)
Sérgio Petecão (PSD-AC)
Simone Tebet (PMDB-MS)
Tasso Jereisseti (PSDB-CE)
Valdir Raupp (PMDB-RO)
Vanessa Graziotin (PCdoB-AM)
Vicentinho Alves (PR-TO)
Waldemir Moka (PMDB-MS)
Walter Pinheiro (PT-BA)
Wilder Morais (PP-GO)
Zezé Perrella (PDT-MG)