Novo embaixador paraguaio no Brasil toma posse em meio a escândalo de Itaipu
Novo embaixador do Paraguai no Brasil, Juan Ángel Delgadillo tomou posse nesta segunda-feira (16) com a responsabilidade de coordenar dois grandes acordos pendentes com o governo de Jair Bolsonaro e afastar a crise aberta com o escândalo sobre as negociações entre os dois países sobre a usina de Itaipu.
“Como os senhores sabem, é uma das embaixadas mais importantes que o Paraguai tem atualmente. Vamos ter o grande desafio de levar adiante o plano que expus no Congresso”, afirmou o diplomata durante entrevista no Palácio do Governo.
A principal missão de Delgadillo é a renegociação do anexo C do Tratado de Itaipu, que vence em 2023, e constitui as condições da exploração da usina compartilhada entre os dois países. Pelo acordo, o Paraguai tem direito a metade da energia gerada, mas é obrigado a vender o excedente ao Brasil a preço de custo.
O novo embaixador destacou os avanços da comissão interinstitucional formada por mais de 20 especialistas para assessorar o governo do Paraguai na negociação.
Outros dos pontos que Delgadillo terá que discutir com o Itamaraty é a negociação de um regime para taxar as exportações de autopeças produzidas pela indústria automotiva paraguaia. Os dois países agora negociam um acordo bilateral para resolver a questão. “As negociações do acordo automotiva estão bastante avançadas”, afirmou Delgadillo.
O novo embaixador também esclareceu que recebeu indicações do presidente do país, Mario Abdo Benítez, para aprofundar os laços de integração física entre os países.
Como o exemplo, o diplomata citou o início das obras para a construção de uma nova ponte sobre o rio Paraná, que ligará as cidades de Foz do Iguaçu com Presidente Franco. O embaixador apresentará suas cartas credenciais ao governo brasileiro nesta quarta-feira.
Delgadillo substituirá Hugo Saguier no cargo de embaixador do Paraguai no Brasil. Saguier era um dos cinco integrantes da gestão de Abdo Benítez que entregaram os cargos após o escândalo para a contratação de potência da energia de Itaipu.
A oposição classificou o acordo como traição e tentou abrir um impeachment contra Benítez, mas o presidente conseguiu o arquivamento do pedido na Câmara dos Deputados do Paraguai. Em agosto, as negociações sobre a utilização da energia na Usina de Itaipu. O tratado, assinado em maio, foi anulado depois que a imprensa paraguaia revelou, em conversas vazadas, que membros do governo de Abdo Benítez aceitaram termos que seriam lesivos ao país. Os diálogos mostram que o presidente do país foi pressionado pelo Brasil a aceitar e cumprir os termos da ata sobre venda de energia de Itaipu.
(Com informações da agência EFE)
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