Novo presidente assume o Coaf e afirma que terá ‘liberdade total’

  • Por Jovem Pan
  • 02/01/2019 15h05 - Atualizado em 02/01/2019 15h09
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Reprodução/Twitter Leonel assumiu conselho nesta quinta-feira

O novo presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Roberto Leonel, afirmou nesta quarta-feira (2) – ao ser empossado – que o órgão não sofrerá qualquer interferência política e que terá o quadro de funcionários ampliado. O órgão ficará no Ministério da Justiça e Segurança Pública.

A pasta que abarca o Coaf será comandada por Sérgio Moro, que esteve na linha de frente da Operação Lava Jato. A expectativa é que o ex-juiz federal descentralize formas e dê mais poder ao presidente do órgão. “Você viu o discurso do Dr. Moro, não é? Liberdade total”, disse Roberto Leonel a jornalistas após a posse do novo ministro.

O conselho deve ganhar de 15 a 20 integrantes, que se somarão aos 37 existentes. Essa medida já era um anseio da gestão anterior. Em decreto publicado nesta quarta, o presidente Jair Bolsonaro determinou que Leonel poderá decidir sobre questões antes de apresentá-las ao plenário do Coaf, composto por 11 pessoas, como forma de agilizar o trabalho.

Segundo Roberto Leonel, isso poderá ser útil para dar mais agilidade na resposta a pedidos de órgãos de investigação, como a Polícia Federal e o Ministério Público. “Vamos participar mais perto das operações, tendo gente mais perto aos outros órgãos e também gente dos outros órgãos mais perto ao Coaf”, afirmou nesta quarta-feira.

O órgão tem, entre as atribuições, a de identificar operações financeiras suspeitas e informar a órgãos de investigação, como aconteceu no caso do R$ 1,2 milhão movimentado na conta de Fabrício Queiroz, o ex-assessor do primogênito do presidente Jair Bolsonaro, o deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).

Queiroz

O Coaf é peça central do primeiro escândalo envolvendo membros da família Bolsonaro após a eleição presidencial de 2018. O conselho identificou movimentações atípicas de R$ 1,2 milhão na conta bancária de Fabrício Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), entre 2016 e 2017.

Entre as operações identificadas pelo órgão está um repasse de R$ 24 mil para a primeira-dama Michelle Bolsonaro, que alega pagamento de uma dívida. Em dezembro, Queiroz faltou duas vezes ao depoimento que deveria prestar ao Ministério Público do Rio de Janeiro e só se pronunciou recentemente sobre o caso em entrevista na TV.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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