Novo presidente não pretende vender ‘joias da coroa’ do Banco do Brasil

  • Por Jovem Pan
  • 07/01/2019 15h45 - Atualizado em 07/01/2019 15h46
Dida Sampaio/Estadão Conteúdo Rubem Novaes assumiu o Banco do Brasil nesta segunda-feira

O novo presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, disse que não pretende vender as “joias da coroa” da instituição – o que a fragilizaria perante concorrentes – mas admitiu que os ativos que não “guardarem sinergia” com a atividade principal poderão passar pelos chamados desinvestimentos. O executivo foi empossado no cargo nesta segunda-feira (7).

“O mandato que me é passado é o de rígida austeridade e de maximização de valor, respeitada a absoluta transparência. Entendemos que alguns ativos do banco não guardam sinergia com suas atividades principais e, nestes casos, realmente consideraremos os desinvestimentos”, afirmou, em cerimônia que aconteceu na sede da instituição, em Brasília.

Por outro lado, segundo ele, a estratégia para as atividades lucrativas do banco será a abertura para o mercado de capitais e a busca de parceiros complementares. “Sempre buscando destampar e evidenciar valores antes despercebidos ou desconsiderados nos registros contábeis, como tem falado o ministro da Economia, Paulo Guedes“, destacou.

‘Interesse dos minoritários’

De acordo com Novaes, como o BB é uma empresa de capital aberto com controle da União, a relação com acionistas privados nem sempre foi harmoniosa. “Se vantagens o banco tirou por ser o prestador preferencial de serviços às instituições públicas, não foram poucas as vezes em que recebeu o ônus de interferências políticas indevidas”, disse.

O novo presidente do BC classificou essas interferências como “esquisitices e anomalias”. “Felizmente, e diferentemente do ocorrido tantas vezes no passado, estou livre deste drama, pois o mandato que recebo é plenamente compatível com o interesse dos minoritários. Mas isto veremos mais à frente”, afirmou, sem entrar em maiores detalhes.

Enquanto o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, fala em “despetizar” o governo, Novaes afirmou que não haverá perseguição política no Banco do Brasil. “Sou um liberal e, como tal, pouco me importa se algum cidadão discorda de minhas ideias, seja por preferências políticas ou por quaisquer outros motivos. Nunca será prejudicado por discordâncias.”

Segundo ele, o fato de ter trabalhado sob administrações petistas, tucanas ou emedebistas, não desmerece ninguém, desde que o cidadão tenha agido corretamente. “Situação bem diferente ocorre quando, por razões políticas, ou pessoais, o funcionário age contrariamente aos interesses do banco e de seus acionistas. Para estes, os rigores da lei.”

Perfil

Economista, Rubem Novaes foi diretor do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Como professor, ministrou aulas na Fundação Getúlio Vargas. Ele substitui Marcelo Augusto Dutra Labuto, que havia assumido o cargo no ano passado.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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