Números de casos de sarampo no mundo são os mais elevados em 13 anos

Nas Américas, maiores proporções foram registradas nos Estados Unidos e Brasil

  • Por Jovem Pan
  • 12/08/2019 17h55 - Atualizado em 13/08/2019 14h58
Estadão Conteúdo A cidade de São Paulo registra um surto da doença, com mais de 900 casos registrados

Um relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta segunda-feira (12) mostra que, nos primeiros seis meses de 2019, os casos de sarampo notificados foram os mais elevados desde 2006, e que a quantidade é quase três vezes maior do que a registrada no mesmo período do ano passado.

Segundo a organização, a República Democrática do Congo, Madagascar e Ucrânia foram os países que notificaram o maior número de casos.

Os Estados Unidos têm notificado sua maior contagem de infectados em 25 anos. Na Região Europeia, foram registrados cerca de 90 mil casos nos primeiros seis meses de 2019, superando a quantidade identificada em todo o ano de 2018 (84.462) – tornando-se já a maior desta década.

As razões para as pessoas não serem vacinadas variam significativamente entre comunidades e países, incluindo falta de acesso a serviços de saúde ou vacinação de qualidade; conflito e deslocamento; desinformação sobre vacinas ou pouca conscientização sobre a necessidade de vacinar. Em vários países, o sarampo está se espalhando entre crianças mais velhas, jovens e adultos que não se vacinaram no passado.

De acordo com dados de cobertura da OMS e do UNICEF divulgados em julho de 2019, 86% das crianças receberam a primeira dose da vacina contra o sarampo e 69% receberam a segunda. Isso significa que cerca de 20 milhões de crianças em 2018 não foram vacinadas contra o sarampo por meio dos programas de vacinação de rotina dos seus países. Além disso, 23 países ainda precisam introduzir a segunda dose de vacina contra o sarampo em seus calendários nacionais de imunização.

A OMS alerta ainda que o número real de casos é muito mais alto do que o reportado nos relatórios. A organização estima que, no mundo, menos de 1 em 10 casos sejam notificados. Para o período de 1º de janeiro a 31 de julho de 2019, 182 países notificaram 364.808 ocorrências. Para o mesmo período do ano passado, foram 129.239 casos em 181 países.

Brasil registra o segundo maior número de casos nas Américas

A mais recente atualização epidemiológica da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), publicada no dia 7 de agosto, mostra que a doença foi identificada em 14 países das Américas, de 1 janeiro a 27 de julho de 2019, sendo a maior proporção registrada nos Estados Unidos (1.172), Brasil (1.045) e Venezuela (417).

A cidade de São Paulo registra um surto da doença, com mais de 900 casos registrados. Em São Paulo, a prefeitura orienta que todas as pessoas entre 15 e 29 anos tomem a vacina, mesmo que já tenham recebido as duas doses.

No entanto, de acordo com a imunologista e professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Daniela Rosa, o surto atual acomete principalmente jovens na faixa dos 20 anos, por isso essa população é o foco principal das campanhas. Para adultos e idosos, uma dose já induz proteção suficiente. As doses precisam ser aplicadas com intervalo de 30 dias entre uma e outra.

Os principais sintomas são irritação nos olhos, conjuntivite, corrimento no nariz, manchas brancas na parte interna da bochecha e mal estar, tosse persistente e manchas vermelhas na pele. É recomendável que se vá para um hospital ou posto de saúde assim que começarem os primeiros sintomas. Quando a pessoa é infectada, pode demorar até 10 dias para que eles comecem a aparecer. Nesse período, o sarampo já pode ser transmitido.

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