‘Nunca estive tão próximo de Temer’, afirma Renan

  • Por Estadão Conteúdo
  • 16/06/2016 11h44
Antonio Cruz/Agência Brasil Renan Calheiros e Michel Temer

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), rebateu afirmações de que estaria se colocando em oposição ao presidente em exercício Michel Temer. “Nunca estivemos tão próximos”, disse o parlamentar. Calheiros alega que tem se comunicado frequentemente com o presidente interino e que este pediu a ele que retomasse a Agenda Brasil.

Segundo Renan, suas colocações sobre propostas do Planalto foram interpretadas de modo equivocado,”eu não disse que era contra o reajuste de servidores, eu vou ajudar a votar. O que eu cobrei foram explicações da situação fiscal e se há um déficit tão grande”, argumenta.

Nessa semana, entretanto, o peemedebista jogou um balde de água fria no governo ao afirmar que “medidas de ajuste não deveriam ser votadas antes da conclusão do processo de impeachment”, em referência ao projeto de teto dos gastos, uma das prioridades da equipe econômica interina liderada por Henrique Meirelles.

Apesar das críticas, o político pondera que tem se encontrado e conversado com Temer para discutir pautas do Executivo. A situação teria deixado os dois partidários, que têm um histórico de desavenças, mais próximos.

Indicação

Um exemplo de tal acercamento seria a indicação de um nome de confiança para o Itamaraty. O presidente do Congresso afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que o secretário-geral da Mesa Diretora do Senado, Luiz Fernando Bandeira de Mello, será o novo embaixador do Brasil na Bélgica. O funcionário é seu braço direito na Casa que dirige.

“A indicação reforça um costume mundial de que o embaixador é uma nomeação política. Só no Brasil temos embaixadores que são funcionários de carreira do Itamaraty”, analisa Calheiros. 

Agenda Brasil.

Outra sinalização é a retomada da referida Agenda Brasil, uma das principais bandeiras de Renan durante o governo Dilma. Com a chegada do governo interino de Temer, a comissão especial que avalia projetos de “desburocratização” e “dinamização econômica” ficou parada. De acordo com Renan, foi o presidente em exercício quem pediu que a agenda fosse retomada. 

A comissão deve voltar aos trabalhos na próxima semana, mas, antes, o colegiado precisa ser recomposto. O relator da comissão, senador Blairo Maggi (PR-MT) assumiu o Ministério da Agricultura e não conduzirá mais trabalhos no Senado. 

Além disso, o político ponderou que muitos membros da comissão da Agenda Brasil estão também na relatoria do Impeachment no Senado, o que acaba esvaziando o quórum do colegiado de desenvolvimento. Seu objetivo é montar um novo grupo de trabalho, sem senadores da comissão que avalia o impedimento de Dilma Rousseff.

A sugestão causaria baixas tanto no governo quanto na oposição. Oito senadores que são hoje membros titulares da Agenda Brasil estão também na Comissão do Impeachment. Os novos nomes ainda não estão definidos, mas Renan convidou a senadora Kátia Abreu (PMDB-MS), que voltou ao Senado ao deixar o Ministério da Agricultura

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