“Nunca misturei religião com política”, diz bispo cotado para Ciência e Tecnologia

  • Por Estadão Conteúdo
  • 04/05/2016 13h45
Divulgação/Facebook Marcos Pereira - DIV

Indicado do PRB para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação de um eventual governo Michel Temer (PMDB), o presidente nacional do partido, Marcos Pereira, rebateu, nesta quarta-feira (4), as críticas da comunidade científica à sua possível indicação ao cargo. Pastor licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, o dirigente disse que nunca misturou religião com trabalho ou política. 

“Religião é uma questão de foro íntimo. Nunca misturei-a com trabalho ou política. Nunca fiz e não é agora que o vou fazer”, afirmou, em entrevista ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Segundo Pereira, prova disso é que, em 2005, fez sua monografia de conclusão do curso de Direito defendendo que aborto de feto anencéfalo (sem cérebro) não pode ser crime, antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir sobre a questão, em 2012. 

Apesar de o PRB ter uma bancada majoritariamente evangélica, o presidente do partido afirmou que a religião não influencia na atuação dos quadros da legenda. “Por exemplo, a presidente Dilma Rousseff ligou para o bispo Edir Macedo (que tem forte influência sobre o PRB) para que ele revertesse a posição do partido sobre o impeachment, mas ele disse apenas que iria orar por ela e que ela precisaria falar comigo”, contou Pereira. 

O dirigente disse que, após acertar com Temer no início da semana que o PRB ficaria com Ciência e Tecnologia, já começou a ouvir representantes da comunidade científica. Após o acerto vir a público, entidades do setor criticaram a possível indicação, afirmando que não é possível misturar áreas tão antagônicas. “Quando virem minha atuação, vão ver que não é assim”, rebateu Marcos Pereira. 

Michel Temer ofereceu Ciência e Tecnologia ao PRB no lugar do Ministério da Agricultura, pasta cobiçada inicialmente pelo partido e que deve ser entregue ao PP. Antes de a legenda aceitar, aliados do vice-presidente chegaram a oferecer outras duas pastas ao PRB: Previdência Social e Secretaria Especial dos Portos. A cúpula do partido, no entanto, rejeitou as duas.

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