“O que Pezão fez foi uma loucura, mas necessária”, diz economista

  • Por Estadão Conteúdo
  • 14/11/2016 11h42
Reprodução/Facebook Luiz Fernando Pezão

Para o economista Raul Velloso, ex-secretário de assuntos econômicos do Ministério do Planejamento, o que o governador do Rio Luiz Fernando Pezão fez, ao propor um duro pacote de ajuste fiscal, foi uma loucura política, mas necessária. “O governante só toma medidas impopulares quando está à beira do precipício. Em geral, os governadores são muito lentos.”

O pacote de medidas anticrise enviado pelo governador à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) inclui a elevação da contribuição dos servidores ativos, além de inativos e pensionistas que ganham acima de R$ 5.189,92, de 11% para 14%; inativos e pensionistas que recebem abaixo de R$ 5.189,92, e que hoje não recolhem para a previdência estadual, passariam a contribuir com 30%.

O item gerou revolta entre os servidores, que invadiram a Alerj na terça-feira, e acabou devolvido ao governador pelo presidente da casa, deputado Jorge Picciani (PMDB). Outros 21 projetos de lei do pacote começarão a ser discutidos na volta do feriado de 15 de novembro, para serem votados em dezembro.

Os custos com a previdência são 70% do déficit do Estado, de R$ 12 bilhões. “Sem mexer na previdência, não há solução. Com a reforma da previdência, todo mundo acabará sendo afetado. Ano que vem repetirá 2016. A hora decisiva é agora”, diz Velloso. Para piorar, o Rioprevidência ainda tem de pagar dívidas em dólar, por ter captado US$ 3,1 bilhões nos EUA, em 2015. Para o economista Mauro Osório, professor da UFRJ, o problema do Rio não é excesso de gasto, é falta de receita. “O governo federal vai ter de pagar a conta, e vai pagar. Caso contrário, vai ser uma tragédia.”

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