“Obviamente vou recorrer”, diz Cunha após decisão do STF

  • Por Jovem Pan
  • 05/05/2016 18h55
Eduardo Cunha Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Eduardo Cunha

Após decisão que o afastou da presidência da Câmara e suspendeu o mandato de deputado, Eduardo Cunha convocou entrevista coletiva na noite desta quinta-feira (05).

Cunha afirmou que respeita o Supremo Tribunal Federal, mas disse que não pode deixar de contestar e estranhar a decisão. “Obviamente vou recorrer (…) Não renuncio a nada, nem ao mandato e nem à presidência. Vou recorrer”.

Afastado da presidência da Casa, o peemedebista estranhou que a suspensão tenha ocorrido seis meses após a entrada de uma medida cautelar feita pela Procuradoria-Geral da República.

Cunha destacou a desavença entre ele e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que é autor da ação cautelar que pede seu afastamento. “Estranhamente ela é votada depois que o impeachment foi votado”, disse.

O peemedebista acusou ainda o Supremo Tribunal Federal de intervir de forma “clara e nítida” no poder legislativo. Ele alegou que o ministro Teori Zavascki admitiu que não há previsão para o que está acontecendo.

Para Cunha, os ministros do Supremo não leram o contraditório. “Duvido que os outros 10 ministros tenham lido no detalhe o contraditório. Não houve essa possibilidade”. Segundo ele, os ministros acompanharam o voto favorável ao seu afastamento apenas na tese jurídica, mas sem entrarem no mérito, “apenas o relator”.

O presidente da Câmara disse ainda ser óbvio que está sofrendo uma retaliação política pelo processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff e completou: “se for da vontade de Deus teremos o afastamento da presidente da República”.

“Eles gostariam que eu tivesse simplesmente não ter dado curso”, disse CUnha ao argumentar que não liderou o impeachment e que apenas cumpriu sua função.

Em resposta à reação da presidente Dilma, que se manifestou em relação ao seu afastamento com os dizeres “antes tarde do que nunca”, Cunha rebateu ao dizer que na próxima quarta-feira (11) poderá dizer o mesmo sobre a saída da petista.

Sobre o Conselho de Ética da Câmara, Cunha negou ter realizado qualquer tipo d eintervenção e acusou o presidente do Conselho de ter moral duvidosa e buscar os holofotes. Para ele, o presidente José Carlos Araújo (PR-BA) comete erros que precisam ser reparados.

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