Odebrecht pagou serviços no exterior, diz marqueteiro

  • Por Estadão Conteúdo
  • 03/05/2017 12h26
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BRA51. SAO PAULO (BRASIL), 10/04/2017.- Fotografía de archivo del 22 de diciembre de 2016, de la sede de constructora Odebrecht en la ciudad de Sao Paulo (Brasil). El grupo Odebrecht, implicado en el escándalo de corrupción en Petrobras, causó daños por valor de 5.684 millones de reales (unos 1.810 millones de dólares) en 11 contratos inflados firmados con la estatal entre 2003 y 2014, según un informe de la Policía Federal obtenido hoy, lunes 10 de abril de 2017, por varios medios locales. EFE / SEBASTIÃO MOREIRA / ARCHIVO EFE / SEBASTIÃO MOREIRA Fachada da sede da Odebrecht em São Paulo - EFE

A empresária Mônica Moura e seu marido, o marqueteiro João Santana, confirmaram em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que a Odebrecht fez pagamentos a eles pelas campanhas presidenciais em Venezuela, El Salvador, Angola e Panamá. De acordo com o marqueteiro, sua entrada nas campanhas era feita a convite da própria empreiteira ou por meio de influência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na Venezuela, a contribuição para a campanha de Hugo Chávez em 2012 não veio só da Odebrecht. A Andrade Gutierrez também financiou os trabalhos com “contribuição de US$ 2 milhões”, segundo Mônica Moura. Já a Odebrecht contribuiu com ao menos US$ 7 milhões.

Santana cita Venezuela e El Salvador como países em que o interesse maior era da “cúpula petista e do ex-presidente Lula”. Em El Salvador, o pagamento foi feito no Brasil, segundo Mônica. O casal foi responsável pela campanha do presidente Maurício Funes, em 2009.

João Santana afirmou que chegou a conversar com Lula sobre a escassez de recursos. “Então ele (Lula) me disse: ‘Olha, João, quanto?'”. Segundo ele, após responder que o valor girava em torno de US$ 1 milhão, Lula disse que Gilberto Carvalho (ex-ministro) avisaria Emílio Odebrecht que Santana iria procurá-lo. Depois de telefonar, Santana ouviu de Emílio Odebrecht: “Eu queria pedir o seguinte, João, entenda o que vou lhe falar, nada contra você, mas diga ao chefe que eu prefiro tratar desse assunto com o Italiano”. Questionado, Emílio disse que Italiano era Palocci.

Procurado, o ex-ministro Gilberto Carvalho disse que não teve nenhuma relação com o financiamento da campanha de Maurício Funes em 2009. A defesa do ex-presidente Lula não se manifestou.

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