Uma em cada dez brasileiras terá câncer de mama” diz oncologista

  • Por Jovem Pan
  • 18/10/2018 13h01 - Atualizado em 18/10/2018 13h06
Divulgação Reprodução/Facebook Para Maluf, o SUS provoca muita frustração nos médicos e pacientes, ele afirma que a chance de morte de uma pessoa com menores condições financeiras é duas vezes maior do que em pessoas abastadas

O Brasil segue em plena campanha do Outubro Rosa de prevenção e tratamento do câncer de mama e já se aproxima da próxima campanha nacional de saúde pública: o Novembro Azul, mês dedicado a prevenção e tratamento do câncer de próstata.

No site dedicado ao Outubro Rosa, o Ministério da Saúde estima que 59.700 casos de câncer de mama devem ser registrados entre 2018 e 2019. De acordo com ministério, o risco de prevalência da doença é de 56 casos a cada 100 mil habitantes. Este tipo de câncer é o mais recorrente em mulheres em quatro regiões brasileiras: Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Já na região Norte, apesar de não liderar as doenças mais comuns em mulheres, aparece em segundo lugar.

Convidado do Morning Show desta quinta-feira (18), o oncologista Fernando Maluf afirmou que “o câncer de mama é o mais comum no mundo entre mulheres, de cada 10 brasileiras, uma terá a doença. Entre os fatores de risco podemos citar 10% como sendo genéticos, nestes casos recomendamos ressonância, remoção das mamas ou remédios profiláticos, tudo aliado a acompanhamento médico frequente. Para as outras 90% [das pacientes] os fatores de risco são dietas inadequadas, obesidade e sedentarismo, o que são fatores de risco na maioria das doenças”.

Para ele, a prevenção ao câncer de mama é importante pois ajuda a detectar o câncer de mama em momentos que mulheres estejam se sentido bem e saudáveis. Além disso, Maluf reiterou a possibilidade da doença ocorrer em homens, embora em escala muito menor. “Nós temos, hoje, muito mais informação. Hoje desmistificamos o câncer de mama como sinal de morte. Em 90% dos casos há cura. Nosso maior problema, hoje, é o acesso [a prevenção e tratamento]”, pontuou.

Para Maluf, o SUS provoca muita frustração nos médicos e pacientes, ele afirma que a chance de morte de uma pessoa com menores condições financeiras é duas vezes maior do que em pessoas abastadas. “Para um país que tem recursos limitados é importante criar fóruns de governo com especialistas de medicina e economia, para estudarem os custos e investimentos, e melhorar as regras de diagnóstico e tratamento para salvarmos mais vidas mesmo com os recursos limitados” sugeriu.

O que há de novo no tratamento do câncer de mama

O oncologista é enfático ao dizer que “avançamos quilômetros na estrada de melhorias aos pacientes”, ele explica que é possível citar muitas melhorias no combate a doença em quatro etapas: “A primeira envolve processos de cura menos dolorosos e menos invasivos. Hoje temos cirurgias de pequeno porte, não operamos mais os gânglios das axilas completamente como se fazia antes. Com isso a recuperação é rápida e esteticamente a mama fica mais bonita”.

Além disso, ele aponta que a radioterapia também melhorou. O tratamento quimioterápico agora pode durar menos tempo, embora ainda seja invasivo. “Hoje temos testes que nos ajudam a dizer quem precisa de quimioterapia e radioterapia. Aprendemos que entre 70 e 80% das mulheres não precisam de quimioterapia nos pós-operatório. Agora o tratamento se adequa ao paciente e não o contrário”, concluiu.

Novembro Azul e o câncer de próstata

O Novembro Azul chega para alertar os brasileiros dos riscos da doença que mata pelo menos 25% dos pacientes. Em 2017, o Inca, Instituto Nacional do Câncer, apontava para 61.200 novos casos entre 2016 e o fim de 2017. De acordo com o instituto, três quartos dos pacientes têm 65 anos ou mais, o que explica o aumento na ocorrência da doença no país devido a maior expectativa de vida dos cidadãos. Outro fator que promove o aumento nos casos, paradoxalmente, é a melhora na detecção do câncer, uma vez que muitos casos não eram registrados devido a falhas na descoberta da doença.

Os sintomas e a prevenção

Em 95% dos casos, quando o paciente percebe os sintomas o tumor já está em estágio avançado. Os principais sintomas, nessa etapa, são dores ósseas, vontade de urinar frequente, incluindo dores ao urinar e a presença de sangue e/ou sêmen na urina.

O principal meio de prevenção é a detecção precoce do tumor através do exame de toque retal. Indica-se que homens com 45 anos e que integrem os grupos de risco ou 50 anos, fora de grupos de risco, consultem urologistas acerca da realização do exame de toque ou do PSA (Antígeno Prostático Específico), um exame de sangue alternativo ao toque.  

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