Operação Tântalo, da PF, investiga esquema de desvios na merenda escolar em RR

  • Por Jovem Pan
  • 04/12/2018 11h39
Divulgação/PF Foi preso na operação o ex-secretário adjunto de Educação de Roraima Shiská Palamitshchece Pereira

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (04) a Operação Tântalo. O objetivo é desarticular organização criminosa envolvida em desvios de recursos públicos de merenda escolar no âmbito do Programa Mais Educação, entre os anos de 2016 e 2018, em Roraima.

Foram expedidos cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão em Boa Vista (RR). A ação conta com o apoio do Ministério Público Federal. Os mandados foram expedidos pela 4ª Vara da Justiça Federal em Roraima. Foram concedidas, ainda, a quebra do sigilo bancário e fiscal dos envolvidos.

Foi preso na operação o ex-secretário adjunto de Educação de Roraima Shiská Palamitshchece Pereira. Ele também já foi adjunto da Fazenda e da Casa Civil no governo de Suely Campos (PP).

“O Inquérito Policial foi instaurado em setembro de 2018 e, com poucos meses de investigação, já foi possível apurar várias irregularidades e desvios que ocorriam no fornecimento de alimentos para merendas das escolas, no estado de Roraima. O esquema criminoso já estaria em andamento, no início de 2016, e contava com o falso atesto de recebimento de produtos adquiridos pelo Estado. Desta forma, a empresa responsável pelo fornecimento dos alimentos fazia a entrega parcial dos produtos faturados ou os substituíam por produtos mais baratos, recebendo o atesto de recebimento integral destes por servidores integrantes do esquema. Depoimentos relatam que, no início da fraude, a empresa deixava de entregar por volta de 30% dos produtos faturados, mas nos últimos meses a situação se agravou a ponto de não se entregar produto algum, o que foi constatado, inclusive, in loco, pela equipe de investigação”, traz nota da PF.

De março a novembro deste ano, Roraima recebeu mais de R$ 5 milhões do Programa Nacional de Alimentação Escolar.

Segundo as investigações, várias escolas indicam que há meses não é fornecida proteína para os alunos. “Em alguns casos, os policiais constataram que os funcionários das escolas realizavam compras, com recursos próprios, para tentar melhorar a alimentação das crianças, como ossos para incrementar o feijão, o qual foi encontrado vencido em várias escolas”, traz a PF.

O nome da operação faz referência ao personagem da mitologia grega que foi castigado a nunca conseguir alcançar água e alimentos, apesar de viver cercado destes em abundância, restando em eterno suplício.

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