Operador de Cabral vira delator na Lava Jato e diz que Pezão recebia até R$ 150 mil em propinas

Segundo ele, os valores “sempre foram entregues nas mãos de Pezão” e aumentaram ao longo do tempo

  • Por Jovem Pan
  • 14/01/2020 15h35 - Atualizado em 15/01/2020 08h12
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Marcelo Sayão/EFE Pezão foi preso Pezão saiu da prisão em dezembro de 2019

Sérgio de Oliveira Castro, um dos operadores do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB), se tornou delator na Lava Jato. De acordo com o portal G1, o anúncio foi feito pelo juiz Marcelo Bretas nesta terça-feira (14). Com isso, foram suspensos os interrogatórios marcados para hoje – inclusive o do ex-governador Luiz Fernando Pezão.

Serjão, como é conhecido, seria interrogado nesta quarta-feira (15), mas o julgamento foi antecipado em um dia. Na delação, ele voltou a dizer que Pezão recebia de R$ 50 mil a R$ 150 mil de “mesadas de propina”.

“No primeiro governo do Sérgio Cabral, desde o segundo mês do governo, foi instituída uma vantagem para algumas pessoas do governo. Entre elas, o (futuro) governador Luiz Fernando Pezão”, afirmou Serjão. O operador falou, ainda, que os valores “sempre foram entregues nas mãos de Pezão” e que eles aumentaram ao longo do tempo.

A homologação da colaboração premiada de Serjão foi feita em setembro, mas só foi comunicada à Justiça Federal do Rio nesta segunda-feira (13).

Em entrevista ao G1 pelo telefone na manhã desta terça, Pezão negou as acusações. Ele disse que nenhum empresário confirma as acusações – que ficariam restritas ao grupo ligado a Cabral. “Na acareação, o [Carlos] Miranda – que tinha apontado R$ 40 milhões – fala em R$ 25 milhões. Não é verdade. Nenhum empresário confirma o que ele está dizendo.”

Pezão

Pezão é réu na operação Lava Jato, que tem no Rio, atualmente, seu principal alicerce. Pesa sobre o ex-governador a acusação de integrar o esquema de corrupção liderado pelo também ex-governador Sérgio Cabral, de quem era aliado. O principal embasamento para a operação contra Pezão foi a delação premiada de Carlos Miranda, apontado como um dos principais operadores da suposta organização criminosa.

Cabral está preso desde novembro de 2016 — suas penas, até aqui, somam 267 anos de detenção. Foram, ao todo, 12 condenações.

Nesta terça-feira, Pezão seria interrogado no âmbito da Operação Boca de Lobo, um desdobramento da Lava Jato que culminou na sua prisão em novembro de 2018. O ex-governador foi solto em dezembro de 2019. Ele é acusado de receber R$ 40 milhões em propina.

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