Operador de Cabral ganhou poltrona de R$ 17,3 mil de “amigo de fora do Rio”

  • Por Estadão Conteúdo
  • 29/04/2017 13h47
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Governo do Rio de Janeiro Operador de propinas de Cabral

O ex-secretário de Governo do Rio Wilson Carlos, apontado na Operação Lava Jato como operador de propinas do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), afirmou que ganhou “de um amigo” uma poltrona de R$ 17,3 mil. Denúncia do Ministério Público Federal aponta que a poltrona foi comprada “com valores provenientes de crimes”.

“Eu recebi um amigo de fora do Rio de Janeiro. É até uma história um tanto quanto… Eu recebi um amigo de fora do Rio de Janeiro que me disse o seguinte: ‘Wilson, vou lhe presentear, vou te dar um presente que é muito interessante, que a gente só dá para amigo’. Eu disse para ele: ‘meu amigo, não precisa se preocupar, não’. Ele falou: ‘eu faço questão, me dá seu endereço aí que eu vou te mandar esse presente’. Quando eu tive acesso ao que era o presente, que a nota fiscal estava no meu nome e do que se tratava quando recebi esse presente em casa. Mas não fui eu que adquiri, soube, inclusive, com a denúncia que a loja era aqui em Curitiba”, relatou.

Wilson Carlos é réu ao lado do ex-governador, em ação penal sobre propina de R$ 2,7 milhões da Andrade Gutierrez a Sérgio Cabral sobre obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

Segundo a força-tarefa da Lava Jato, a poltrona foi comprada em 10 de dezembro de 2013 mediante seis depósitos em dinheiro fracionados em valores inferiores a R$ 10 mil.

O Ministério Público Federal quis saber quem era o “amigo”. “Eu vou me reservar ao direito de não expor a identidade desse amigo, mas eu lhe afirmo que foi um presente”, afirmou.

O procurador da República Athayde Ribeiro Costa questionou a frequência com que Wilson Carlos recebia presentes.

“Esse foi uma questão esporádica de um amigo que não era empresário, apenas um amigo e que não morava nem no Rio de Janeiro, se não me falha a memória, ele morava aqui em Curitiba”, relatou. 

O procurado disse então que, segundo o Ministério Público Federal, a compra havia sido feita em uma loja no Rio. “Eu desconheço, mas eu não tenho essa convicção, não, doutor procurador”, esquivou-se o operador de Sérgio Cabral.

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