Padilha nega envolvimento com doleiro
O ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, negou nesta sexta-feira (25) ter qualquer ligação com o doleiro Alberto Youssef. O vínculo foi apontado em algumas reportagens veiculadas em jornais, a partir do relatório da Operação Lava Jato da Polícia Federal. “Mente quem estabelece qualquer envolvimento meu com o doleiro”, ressaltou o ex-ministro, que convocou uma entrevista coletiva para falar sobre o tema. Padilha é pré-candidato ao governo estadual de São Paulo.
Em mensagens enviadas por telefone, o deputado André Vargas disse, segundo as matérias, que Padilha indicou Marcos Cezar Moura para trabalhar no laboratório Labogen, controlado por Youssef. Moura trabalhou por três meses como coordenador de eventos do Ministério da Saúde, na gestão de Padilha. “Mente quem diz que indiquei Marcos Cezar Moura para qualquer laboratório privado”, ressaltou sobre as denúncias. Ele também negou, apesar de admitir conhecer Moura, tê-lo indicado para o cargo que ocupou no ministério. “Não é um cargo que passaria pelo meu crivo”.
Padilha negou ainda que o Labogen tenha firmado qualquer contrato com o ministério, no período em que esteve à frente da pasta. Segundo ele, um projeto para que o Labogen atuasse como fornecedor para o laboratório da Marinha chegou a ser estudado pelo Ministério da Saúde. No entanto, a proposta não passou pelos critérios de seleção estabelecidos pelo órgão.
O ex-ministro confirmou, entretanto, que André Vargas tratou com ele, em mais de uma oportunidade em favor do Labogen. Padilha disse que as propostas apresentadas pelo laboratório foram encaminhadas para os trâmites habituais do ministério. “Se alguém pensou que poderia ultrapassar os filtros do Ministério da Saúde, bateu na porta errada”, enfatizou ao ressaltar que a empresa não obteve nenhum tipo de vantagem. “A grande maioria desses projetos foi negada previamente”, acrescentou.
Padilha disse que vai pedir judicialmente para ter acesso a todo o relatório da Polícia Federal sobre a operação que investiga o esquema de lavagem de dinheiro em seis estados e no Distrito Federal. De acordo com as informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), os acusados movimentaram mais de R$ 10 bilhões.
Após ter acesso à documentação, Padilha disse que pretende processar pessoas que tiverem usado seu nome sem autorização. “A partir do acesso a todo o relatório, vou interpelar judicialmente qualquer pessoa que tiver usado meu nome em vão”, destacou.
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