Para Barbosa, erro de Dilma foi manter-se unida com “grupo político e aliados de ocasião”

  • Por Jovem Pan
  • 12/05/2016 17h25
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Nelson Jr./SCO/STF Joaquim Barbosa na presidência do Supremo Tribunal Federal

A presidente Dilma Roussef não soube conduzir o País e se distanciar do seu grupo político. A afirmação do ex- presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa.

Durante uma palestra na Bienal em São Paulo, Barbosa disse que “o Brasil vive o dia mais dramático da sua vida institucional dos últimos 45 anos com o impeachment”.

“Como explicar ao mundo uma troca de comando de forma tão espetacular sem que o povo tenha participado do debate”, alertou o jurista.

Para Barbosa, o maior erro da presidente afastada Dilma Rousseff foi manter-se unida aos investigados.

“A presidente Dilma Rousseff não soube conduzir o País. Não soube exercer a liderança que se espera de um chefe de Etsado desta envergadura. Ela agiu como se governasse para o seu grupo político e seus aliados de ocasião. Não soube comunicar-se com a nação. Fez péssimas escolhas, cometeu erros imperdoáveis, inadmissíveis para um governante. Ela não soube utilizar os poderes deste cargo para combater o que vem gangrenando as instituioções brasileiras paulatinamente: a corrupção. Esta é a origem de todo esse trauma. Essa é a causa derradeira”, disse Barbosa.

O ex-presidente do STF afirmou ainda que ela silenciou-se e “acabou engolida por esse ambiente deletério”.

Segundo ele, irresponsabilidade fiscal é o comportamento mais comum dos governantes, fato que não justifica o processo de saída de Dilma.

Sobre o presidente em exercício Michel Temer, lamenta a substituição e questiona sua legitimidade no cargo. “Vejam aqui a ironia. Colocar no lugar do presidente alguém que, ou perdeu uma eleição presidencial ou alguém que sequer um dia teria o sonho de poder disputar uma eleição para a Presidência da República. O Brasil terá de conviver por mais de dois anos com essa anomalia”, alertou.

Afiado em provocações à uma jovem plateia formada por jovens de 20 a 40 anos que participaram do VTEX Day , evento voltado ao e-commerce, o Ex-ministro deixou claro que se ressente pelo futuro do país.

Em um bate papo final com executivos, firmou posição contra o parlamentarismo e realização imediata de eleição geral.

Os presidentes não podem mais se tornar reféns dessas turbas do Congresso nacional. Abriu-se um grave precendente observa Barbosa: “é uma fragilidade estrutural das instituições. meu temor é que seja trivial, de agora para frente, tirar um presidente da República. Basta que ele contrarie os interesses de uma meia dúzia de parlamentares poderosos”,

Apesar de todos os pesares, o Brasil ainda é uma grande democracia no mundo, que vive há 30 anos o mesmo regime sem traumas.

*Informações da repórter Renata Perobelli

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