Para Jungmann, candidatos ignoram a questão prisional: ‘não dá voto’

  • Por Jovem Pan
  • 16/10/2018 16h13
Marcelo Camargo/Agência Brasil "Da porta para dentro da cadeia, a sociedade não se preocupa mais", criticou o ministro

O ministro da Segurança Pública Raul Jungmann participou nesta terça-feira (16) da inauguração em Brasília da quinta penitenciária federal do país. Durante seu discurso, ele aproveitou para criticar as campanhas dos candidatos à presidência Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL) por “ignorarem” a questão prisional.

“A questão prisional é o maior problema da segurança pública. São 720 mil apenados, número que cresce 8,3% ao ano, e 70 facções criminosas, entre grandes e pequenas, que comandam o crime de dentro dos presídios. Mas esse tema não dá voto. Da porta para dentro da cadeia, a sociedade não se preocupa mais”, disse.

No início, Jungmann pediu um minuto de silêncio em nome dos agentes penitenciários federais assassinados por facções criminosas. Embora as outras unidades federais – em Mossoró (RN), Catanduvas (PR), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO) – não tenham nome, o ministro sugeriu que a nova seja batizada com o nome de um deles.

O ministro ainda afirmou que o sistema prisional brasileiro, majoritariamente estadual, é comandado pelas facções que o transformaram em um “escritório do crime”. Para ele, como o Estado não consegue garantir a vida dos detentos, esses grupos organizados exercem essa função. “Estamos recrutando integrantes para as facções e estamos graduando esses criminosos”, lamentou.

Sobre o presídio

As obras da penitenciária do complexo da Papuda foram concluídas em outubro do ano passado, mas só agora o Ministério do Planejamento autorizou a contratação de 258 agentes penitenciários, já aprovados em concurso. São, ao todo, 208 celas individuais construídas com paredes de concreto armado à prova de balas.

As portas são de metal pesado e os presos só se encontram em grupos pequenos durante o chamado banho de sol. Não há contato com visitantes e as conversas se dão nos chamados parlatórios. Por telefone, o preso, separado do visitante por um vidro, pode se comunicar.

Ao todo o espaço terá 12,3 mil metros quadrados e custou cerca de R$ 40 milhões.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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