Pará transfere 30 líderes de facções após descoberta de plano de fuga
O plano envolveria ao menos 400 detentos do Complexo de Americano, em Santa Izabel do Pará; um túnel de oito metros de profundidade e 40 de comprimento foi obstruído
Trinta detentos de presídios do Pará foram transferidos para unidades federais na última sexta-feira (21). A medida foi tomada depois que um plano de fuga em massa foi descoberto. Ele envolveria ao menos 400 detentos do Complexo de Americano, em Santa Izabel do Pará.
A transferência foi realizada pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), órgão vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, junto com Força Aérea Brasileira (FAB), a pedido do estado.
A fuga estava programada para o sábado, dia 22, segundo o governo estadual. O plano era articulado pelos 30 detentos transferidos, supostos líderes de facções criminosas. Ele foi descoberto pela Polícia Civil e pela Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará, que identificaram e obstruíram um túnel de oito metros de profundidade e 40 de comprimento.
Em coletiva de imprensa, o governador Helder Barbalho (MDB) informou que a ação teria “repercussões em outras unidades prisionais, nas ruas e também em serviços e áreas públicas”. O deslocamento dos supostos líderes seria parte de uma estratégia desenvolvida para que se evitasse episódio semelhante ao ocorrido no Ceará em janeiro, indicou o governador.
Em meio à crise de segurança pública no estado, 23 presos ligados ao Comando Vermelho (CV) fugiram da Cadeia Pública de Pacoti. Segundo Barbalho, também foram tomadas medidas de saturação dentro do presídio. O governador informou ainda que os presos seriam líderes de “atuações envolvendo violências ostensivas no estado e tráfico de drogas”.
De acordo com o governo, as articulações dos detentos seriam uma resposta a uma portaria instituída no início de junho que impediu a entrada de alimentos nas unidades prisionais, fora as refeições servidas regularmente.
Barbalho indicou que a permissão facilitava visitas a burlarem os sistemas fiscalização, fazendo assim com que telefones celulares chegassem aos detentos. Ele afirmou ainda que processos de escaneamento foram reforçados no presídios.
As medidas teriam motivado “esta reação e esta tentativa de desestabilização do sistema carcerário paraense”, disse o governador.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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