Paraguai reconhece falha após fuga de 75 membros do PCC

As investigações sobre a fuga estão nas mãos do Ministério Público; o ministro da Justiça, Sergio Moro, afirmou que está disponível para ajudar as autoridades paraguaias

  • Por Jovem Pan
  • 20/01/2020 14h10 - Atualizado em 20/01/2020 14h19
Reprodução/Porã News Pedro Juan Caballero Paraguai Presídio em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, onde 75 presos fugiram no último dia 19

O secretário-geral da presidência do Paraguai, Juan Ernesto Villamayor, reconheceu nesta segunda-feira (20) que houve um erro de avaliação por parte do sistema de inteligência do país no caso da fuga de 75 membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) de uma penitenciária na cidade de Pedro Juan Caballero.

Ministro do Interior de agosto de 2018 a outubro do ano passado, Villamayor evitou especificar culpados, mas disse não ter como negar uma falha na prevenção da fuga em massa ocorrida no presídio da cidade vizinha de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul.

“Alguma coisa não deu certo, foi por isso que (a fuga) aconteceu. O Serviço de Inteligência é de antecipação. Devemos reconhecer que se 75 pessoas que deveriam estar dentro (do presídio) e estão fora, significa que há um erro”, disse.

As investigações sobre a fuga e os envolvidos estão agora nas mãos do Ministério Público do Paraguai, que confirmou nesta segunda a captura de um dos fugitivos, um homem de 30 anos que cumpria pena por tráfico de drogas. Ele foi preso em Ponta Porã pelas autoridades brasileiras.

O presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, ordenou que a equipe de segurança procurasse os membros do PCC e continuasse o contato com as autoridades brasileiras, pois a maior possibilidade é de que os criminosos tenham fugido para o Brasil.

Da mesma forma, a presença militar e policial nos arredores de todas as prisões foi reforçada, em resposta à Lei de Emergência Penitenciária, sancionada em setembro por Abdo Benítez para aumentar a segurança perimetral com os militares.

Essa norma, questionada na época, está novamente na mira dos críticos após a fuga dos membros do PCC, uma vez que não conseguiu frustrar o plano dos criminosos.

Além disso, a ministra da Justiça, Cecilia Pérez, já havia alertado em meados de dezembro do ano passado a existência de um plano de fuga ou resgate dos presos da facção criminosa, com uma recompensa de US$ 80 mil (cerca de R$ 332 mil).

Com as primeiras investigações após a fuga, o Ministério Público paraguaio ordenou a prisão de 31 funcionários do sistema carcerário, incluindo o diretor da prisão de Pedro Juan Caballero. Imagens do circuito interno do presídio foram apreendidos, e policiais buscam por provas nas celas onde estavam os presos.

A fuga aconteceu na madrugada de sábado para domingo, supostamente através de um túnel, embora não esteja descartado que eles tenham saído pela porta principal e com a cumplicidade de carcereiros.

Entre os fugitivos estariam seis aliados de Sérgio de Arruda Quintiliano, o “Minotauro”, considerado um dos chefes do PCC e preso há um ano no Brasil.

O ministro da Justiça, Sergio Moro, disse que o governo está disponível para ajudar as autoridades paraguaias na captura dos foragidos.

*Com informações da EFE

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