Parente de família morta no Chile diz que não sabe se polícia foi realmente acionada
Um dos familiares dos seis brasileiros mortos por intoxicação em um apartamento em Santiago, que esteve no Chile acompanhando a liberação dos corpos, e foi destacado para ser o porta-voz da família durante o velório coletivo ocorrido nesta terça-feira (4), disse que não tem certeza que o grupo tenha acionado a polícia local. Segundo Samuel Kruger, tio de Adriana Kruger, as mensagens enviadas que relatavam os sintomas do efeito do monóxido de carbono foram “desencontradas” e “truncadas”.
Nos áudios, enviados pela mãe Débora Muniz, ela pede ajuda para o filho Felipe, que apresentava mal-estar. Ela chora e diz que o garoto está “roxo” e pergunta se colocá-lo em uma banheira com água quente poderia reanimá-lo. “Eu não sei o que fazer”, diz. Já na outra gravação, descreve que os demais também estão apresentando os mesmos sintomas. “Acho que nós todos vamos morrer”, chega a falar.
O apartamento só foi arrombado na noite do dia da morte após um contato do advogado Mirivaldo Costa com o Consulado-Geral do Brasil em Santiago autorizando a entrada no apartamento.
“Nós recebemos contato [deles] no mesmo dia, eles mandaram áudios e imagens, foi no decorrer do dia mesmo que ficamos sabendo”, afirmou Kruger. Ele elogiou o trabalho das autoridades chilenas durante o processo de identificação e liberação, mas não quis opinar sobre possível negligência.
Negligência
Já Costa, por telefone, disse que houve um equívoco no fornecimento do endereço da família às autoridades chilenas. “Eles acionaram a polícia por lá e nós os acionamos por aqui, mas o endereço que se tinha inicialmente não era o correto. A polícia chegou a ir no primeiro local informado e só depois é que teve acesso ao endereço correto”, afirmou.
O advogado disse, ainda, que o caso está sob investigação e que não há elementos para afirmar se houve negligência com a demora. “O que parece é que houve uma convergência de fatos para esse desfecho. Mas tudo ainda está sob investigação”.
No dia 24 de maio, os Carabineiros, que equivalem à Polícia Militar chilena, admitiram uma possível demora do socorro e abriram uma investigação interna. No entanto, de acordo com Costa, ainda não foi concluído se houve realmente o contato.
* Com informações do Estadão Conteúdo
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