Parlamentares sinalizam desagrado com ausência de projeto para militares na reforma da Previdência
Parlamentares de partidos do chamado “centrão” criticaram publicamente o governo federal nesta quarta-feira (20), pela decisão de encaminhar ao Congresso Nacional uma proposta de reforma da Previdência sem incluir no pacote entregue o projeto que altera regras dos regimes previdenciários das Forças Armadas. O tema é polêmico.
“A ausência dos militares das Forças Armadas na proposta de reforma da Previdência enviada por [Jair] Bolsonaro à Câmara é um sinal ruim para a sociedade e pode dificultar o andamento da proposta entre os deputados”, escreveu o deputado Marcos Pereira (SP), presidente do PRB e primeiro vice-presidente da Câmara, em em conta no Twitter.
O senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP, afirmou na mesma rede social que uma reforma que não inclua militares, “não deveria sequer tramitar” no parlamento. “A respeito da chegada da PEC, tenho a convicção de que, sem uma reforma que alcance também os militares, o texto apresentado não deveria sequer tramitar”, escreveu.
Nesta manhã, o secretário especial adjunto de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, afirmou que o governo ainda vai enviar projetos de lei para alterar as regras dos regimes dos militares – o que só deve acontecer no fim de março. Entretanto, a expectativa era de que estes temas fossem encaminhados em conjunto com a parte principal da reforma.
Além da desconfiança em relação à exclusão dos militares da reforma de Previdência, outra reclamação dos parlamentares é a falta de diálogo do governo com o Congresso para tratar do tema. Deputados reclamam que a proposta não foi apresentada a eles e a entrega oficial, feita pelo presidente Jair Bolsonaro, não contemplou a Casa como um todo.
O texto foi entregue ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Apenas alguns deputados e líderes partidários conseguiram acompanhar o ato, no gabinete de Maia. Após a entrega, o líder do DEM na Casa, Elmar Nascimento (BA), destacou que a reforma é importante, mas reclamou da desarticulação do governo no Congresso.
“É uma reforma difícil, mas necessária, que chega em momento em que o governo está desarticulado, sem interlocução no ambiente da Câmara e entre os poderes. Defendíamos proposta apresentada pelo governo e, logo depois, determinada proposta já não estava mais em pauta”, declarou. Para ele, cabe ao próprio governo “se organizar e dar sinais do que defende”. E completou: “entendemos que não é a hora de gerar crise”.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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