Pedido de Flávio Bolsonaro para declarar ilegais provas contra Queiroz caberá a relator, decide Fux
Depois de uma série de críticas acerca da suspensão de apurações sobre movimentações financeiras atípicas de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux resolveu tornar pública a íntegra do texto da decisão na tarde desta quinta-feira (17).
Advogados de Flávio alegaram que ele teria direito a foro privilegiado na Corte. Assim, com a suspensão, Fux decidiu que caberá ao relator do caso, ministro Marco Aurélio Mello, analisar o pedido do parlamentar para que as provas coletadas na investigação sejam declaradas ilegais. Entretanto, isso só deve acontecer em fevereiro.
Sob anonimato, um ministro do Supremo considerou o pedido de Flávio um “erro estratégico”. Para esse membro do tribunal, o senador eleito vai forçar a Procuradoria-Geral da República (PGR) a investigá-lo e eventualmente até mesmo envolver o presidente da República, Jair Bolsonaro, no caso, para apresentar denúncia ao STF.
Decisão
Em decisão assinada na quarta (16) Fux escreveu: “O reclamante [Flávio] foi diplomado no cargo de senador, o qual lhe confere prerrogativa de foro perante o Supremo. À luz do precedente firmado, compete ao STF o processo e julgamento dos parlamentares por atos praticados durante o exercício do mandato e a ele relacionados.”
O ministro apontou ainda que o Ministério Público do Rio de Janeiro solicitou ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) dados bancários de natureza sigilosa de Flávio Bolsonaro, “abrangendo período posterior à confirmação de sua eleição para o cargo de senador da República”.
“Simultaneamente, o princípio da Kompetenz-Kompetenz [sobre um tribunal decidir quanto à extensão da sua própria competência] incumbe ao Supremo Tribunal Federal a decisão, caso a caso, acerca da incidência ou não da sua competência originária”, ponderou o Fux, que foi criticado pelo coordenador da Operação Lava Jato.
Dessa forma, com o “fim de proteger a efetividade do processo”, Fux suspendeu a investigação sobre Queiroz até Marco Aurélio Mello decidir sobre a competência da Suprema Corte para ficar com o caso e analisar o pedido de Flávio Bolsonaro para declarar a ilegalidade dos processos.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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