Pedido de vista adia para semana que vem votação do relatório da CPI do BNDES

  • Por Agência Estado
  • 16/02/2016 20h45
Divulgação Prédio do BNDES

Os deputados Antônio Goulart (PSD-SP), Arnaldo Jordy (PPS-PA), Givaldo Vieira (PT-ES), Sergio Vidigal (PDT-ES) e Reginaldo Lopes (PT-MG) pediram vista coletiva ao relatório do deputado José Rocha (PR-BA) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga possíveis irregularidades no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O relator ainda lia o relatório quando foi interrompido pelo pedido de vista. 

Os trabalhos da comissão foram prorrogados até a semana que vem para que o parecer do relator seja votado. O pedido de vista foi concedido por 48 horas pelo presidente da CPI, deputado Marcos Rotta (PMDB-AM) e a sessão desta terça-feira, dia 16, foi suspensa. 

O relator disse ainda que não indiciou ninguém em seu relatório porque nem todos foram ouvidos durante os trabalhos da comissão. “Se meu relatório não está indiciando as pessoas que determinados deputados desejariam, é porque não posso indiciar pessoas que não foram ouvidas e não tiveram oportunidade de apresentar sua versão”, disse.

O presidente da CPI reforçou que a comissão não tem poder de indiciar ninguém e sim de sugerir que algum investigado seja indiciado. 

O deputado Arnaldo Jordy criticou o fato de o relator não ter indiciado ninguém e afirmou que o relatório de Rocha tem componentes para uma nova CPI. “Não podemos usar apenas o que está nesse relatório, temos documentos oficiais sobre o caso (do ex-governador) Fernando Pimentel, que seriam suficientes para indiciamento”, frisou.

O deputado oposicionista Alexandre Baldy (PSDB-GO) afirmou que não houve colaboração do BNDES nos trabalhos da comissão. “É por isso que vossa excelência não se sentiu confortável em indiciar alguém, porque não tivemos elementos suficientes”, afirmou. 

Em sua fala, o deputado Caio Narcio (PSDB-MG) questionou o fato de Rocha não ter citado José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que depôs à CPI, em seu relatório final. “O relatório também deixa o senhor Guido Mantega (ex-ministro da Fazenda) de fora, ele veio aqui e deu explicações controversas”, afirmou o parlamentar da oposição. 

Durante a sessão, vários parlamentares questionaram o fim “prematuro” da CPI, que terminaria nesta semana e teve o prazo prorrogado para a semana que vem. Em resposta, o relator afirmou que citou Bumlai na página 223 do relatório. “Não há nenhum descuido desta relatoria no sentido de Bumlai”, rebateu, ao lembrar que parou a leitura do relatório na página 118.

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