Pela primeira vez, Sérgio Cabral admite que recebeu propina
Sérgio Cabral (MDB), preso desde novembro de 2016 e já condenado a 197 anos e 11 meses de prisão, admitiu pela primeira vez que recebeu propina durante suas gestões como governador do Rio de Janeiro.
O emedebista relatou a irregularidade durante o depoimento concedido na última quinta-feira (21), ao Ministério Público Federal no Rio e seu conteúdo foi divulgada na noite desta segunda-feira (25) pela TV Globo.
A mudança de discurso ocorre após a troca de advogado – Marcelo Delambert assumiu a defesa de Cabral em 3 de janeiro deste ano. Por enquanto não foi firmado acordo de delação premiada – Cabral é tratado pelo MPF como réu confesso.
Ao longo do depoimento, que foi sigiloso, o ex-governador admitiu que recebeu propina de empreiteiras, como Queiroz Galvão e Odebrecht, e de empresários, como Arthur Menezes Soares Filho conhecido como “Rei Arthur” e dono de empresas que mantiveram contratos milionários com o governo do Estado nas gestões de Cabral (2007-2010 e 2011-2014).
Cabral disse que definia a porcentagem que queria receber, conforme a obra, e avisava Regis Fichtner, que foi chefe da Casa Civil durante suas gestões e está preso desde 15 de fevereiro. Segundo Cabral, cabia a Fichtner, que classificou como “primeiro-ministro” de seu governo, negociar a propina com as empresas que firmavam contratos com o governo.
Cabral afirmou também que o esquema começou no início de sua primeira gestão, em 2007: “Se não foi janeiro, foi fevereiro, se não foi fevereiro, foi março, quando começou a rolar a propina paga por aqueles agentes, fornecedores”. Segundo o ex-governador, em 2002 Fichtner ganhou uma bonificação, que acredita ter sido de R$ 500 mil, pelos serviços prestados.
Com informações de Agência Estado
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