Pezão diz que morte de turista foi “ponto fora da curva”; Crivella fala em preparação para visitar favelas

  • Por Jovem Pan
  • 24/10/2017 13h06
Reprodução/TV Globo Segundo o governador, o ocorrido é triste e lamentável, e nenhum policial militar ou civil é treinado para isso

O governador do Rio de Janeiro comentou na manhã desta terça-feira (24) sobre a morte da turista espanhola Maria Esperanza Ruiz, de 67 anos. Luiz Fernando Pezão classificou o episódio como um “ponto fora da curva”.

Segundo o governador, o ocorrido é triste e lamentável, e nenhum policial militar ou civil é treinado para isso. “Esse soldado tem sete anos e sete meses de Polícia Militar e em nenhum momento recebeu esse tipo de instrução. É muito triste e lamentável que a gente lute e trabalhe cada vez mais para isso não ocorrer. Ontem foi um ponto fora da curva para gente, que entristeceu a toda a área de segurança”, falou aos jornalistas.

Outro que comentou o caso foi o prefeito do Rio, Marcelo Crivella. “Nós tivemos uma tragédia porque um oficial da Polícia Militar agiu de maneira completamente fora do protocolo. A regra é os bons policiais, que vão continuar mantendo a segurança na Rocinha”, afirmou.

Crivella afirmou ainda que irá conversar com a comandante da Guarda Municipal, Tatiana Mendes, e com o coronel Amêndola, para ver no que a Guarda pode ajudar. O prefeito do Rio de Janeiro destacou ainda que são necessárias “medidas antecessórias, preparatórias” para visitas turísticas como essa que fez a turista espanhola e seu grupo.

Falha técnica

“Perdemos uma pessoa por uma falha técnica da Polícia”, afirmou o ex-comandante da Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Ubiratan Ângelo, sobre o caso da morte da turista espanhola que furou bloqueio policial na Rocinha.

Apesar de lamentar a morte de Maria Esperanza Jimenez Ruiz, de 67 anos, o ex-comandante afirmou em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, que aquele não era o momento para que ela e outros turistas que estavam no carro fizessem uma visita à comunidade.

“Aquele carro justificava a abordagem”, disse Ubiratan Ângelo, apesar de reforçar que o tiro dado pelo policial envolvido foi “injustificável”.

O caso

A turista espanhola morreu depois de ter sido baleada por policiais militares, na Rocinha, zona sul do Rio, na manhã desta segunda-feira (23).

Segundo a Polícia Militar, os tiros foram disparados quando um veículo de transportes para turistas, um Fiat Freemont, rompeu o bloqueio policial no Largo do Boiadeiro, região da Rocinha. Houve reação da guarnição, e o veículo foi atingido, por volta das 10h30. “Durante a abordagem verificou-se que se tratava de um veículo para transporte de turistas. Uma mulher espanhola ferida foi socorrida ao Hospital Miguel Couto, mas não resistiu. A Corregedoria da Polícia Militar está apurando o caso”.

A Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ) informou, em nota sobre a morte da turista espanhola Maria Esperanza Ruiz Jimenez, de 67 anos, na Favela da Rocinha, que a corregedoria da corporação determinou a prisão em flagrante dos dois policiais diretamente envolvidos no fato – um oficial (tenente) e um soldado.

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