Pezão tinha esquema de corrupção próprio, diz PGR

  • Por Jovem Pan
  • 29/11/2018 08h57 - Atualizado em 29/11/2018 09h04
Agência Brasil Fernando Frazão/ Agência Brasil O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB), foi preso na manhã desta quinta-feira (29), no Palácio Laranjeiras

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB), operou um esquema próprio de corrupção, com seus próprios operadores financeiros, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele foi preso na manhã desta quinta-feira (29), no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governo fluminense.

“Apesar de ter sido homem de confiança de Sérgio Cabral e assumido papel fundamental naquela organização criminosa, inclusive sucedendo-o na sua liderança, Luiz Fernando Pezão operou esquema de corrupção próprio, com seus próprios operadores financeiros”, afirmou a procuradora-geral da República, Raquel Dodge. As conclusões têm como base a delação premiada de Carlos Miranda, operador financeiro do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, de quem Pezão foi vice.

Segundo Miranda, Pezão recebeu mesada de R$ 150 mil durante o período em que foi vice-governador e, até mesmo, 13° salário em propina. Ao todo, ele é suspeito de receber cerca de R$ 39 milhões em espécie entre 2007 e 2014, em valores atualizados.

A prisão de Pezão ocorre a um mês de ele perder o cargo e, portanto, o foro privilegiado. A PGR sustenta que, se continuasse solto, o governador poderia dificultar ainda mais a recuperação dos valores, além de dissipar o patrimônio adquirido em decorrência da prática criminosa. Existe uma verdadeira vocação profissional ao crime, com estrutura complexa, tracejando um estilo de vida criminoso dos investigados, que merece resposta efetiva por parte do sistema de defesa social”, afirmou Dodge.

Operação Boca de Lobo

A operação Boca de Lobo, que prendeu Pezão, é um desdobramento da Operação Lava Jato. Foram expedidos nove mandados de prisão e também mandados de busca e apreensão em endereços ligados a onze pessoas físicas e jurídicas, bem como o sequestro de bens dos envolvidos até o valor de R$ 39,1 milhões. Os mandados judiciais foram autozizados pelo ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde governadores têm foro privilegiado.

Abaixo, a lista dos alvos de prisão:

  1. Luiz Fernando Pezão – governador do Estado do Rio de Janeiro
  2. José Iran Peixoto Júnior – secretário de Obras
  3. Affonso Henriques Monnerat Alves Da Cruz – secretário de Governo
  4. Luiz Carlos Vidal Barroso – servidor da secretaria da Casa Civil e Desenvolvimento Econômico
  5. Marcelo Santos Amorim – sobrinho do governador
  6. Cláudio Fernandes Vidal – sócio da J.R.O Pavimentação
  7. Luiz Alberto Gomes Gonçalves – sócio da J.R.O Pavimentação
  8. Luis Fernando Craveiro De Amorim – sócio da High Control
  9. César Augusto Craveiro De Amorim – sócio da High Control

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