PF flagra investigado combinando com filha destruição de documentos
A Polícia Federal flagrou um dos investigados da 22ª fase da Operação Lava Jato combinando com a filha a destruição de documentos relativos à investigação.
Antes de ser citado na 22ª fase da Operação Lava Jato, o empresário Ademir Auada tentou destruir provas. Auada está no exterior e é considerado foragido pela Polícia Federal, que decretou a sua prisão temporária nesta quarta-feira (28).
Ao interceptar ligações telefônicas entre Ademir e sua filha, Carolina, os investigadores descobriram que os dois estavam destruindo documentos possívelmente ligados às atividades da offshore Murray no condomínio Solaris, no Guarujá.
Em um dos áudios divulgados pela Justiça Federal, Carol afirma estar picando papéis e o pai demonstra preocupação.
ADEMIR: Você pode ir até
aquela adegazinha ali no jardim, né? Comprar meia garrafinha de vinho pra mim.
CAROL: Posso, eu vou. Daqui a pouco eu vou. Só vou terminar de picar os papeis que a máquina parou,
“tava” esperando ela voltar.
Em outra gravação, Ademir Auada descreve à filha a enorme quantidade de papéis que foram destruídos.
ADEMIR: “cê” não sabe o que eu cortei.. nossa senhora.. na máquina hoje, viu?
CAROL: o que que você cortou? ah! você cortou mais papel?
ADEMIR: “bá!” Aquela mala inteira.. (ininteligível)
CAROL: Nossa! Não sei como aquela máquina aguentou.
ADEMIR: Não.. nossa senhora! Eu tentei consertar a outra.. não dá viu.
CAROL: Ah, mas quanto custa uma máquina dessas?
ADEMIR: 400 “pau”
CAROL: “Cê não quer comprar uma outra, não?
ADEMIR: Eu vou comprar mais uma depois
CAROL: Porque daí eu trago pra cá, a gente racha isso daí, e “meu”, eu vou cortando aqui. Porque senão.. vai uma vida pra cortar esses papéis.
ADEMIR: É.. tá bom.
Ademar Auada é, segundo a investigação, responsável pela offshore Murray, que foi aberta pela Mossack Fonseca, empresa com escritório em São Paulo.
A Murray teria assumido a propriedade de um dos apartamentos no Guarujá para esconder os reais donos do imóvel.
Segundo a Polícia Federal, o empresário decidiu eliminar os documentos depois que a revista época procurou a publicitária Nelci Warken sobre as atividades da offshore.
Posteriormente Nelci procurou Ademir Auada para contar sobre a ligação do repórter
Auada, então, orientou Nelci a não conversar com a revista e deu início à trituração dos papéis.
Informações do repórter Victor La Regina
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