PF: Henrique Alves comandava, mesmo preso, esquema de ocultação de bens e fraudes

  • Por Jovem Pan
  • 26/10/2017 13h10 - Atualizado em 26/10/2017 13h12
JBatista/Câmara dos Deputados JBatista/Câmara dos Deputados Ainda de acordo com a Polícia Federal, a prisão do ex-ministro no dia 06 de junho teria conseguido diminuir a influência de Alves sobre os Ministérios, em Brasília

O ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves, preso desde o dia 06 de junho, comandava um esquema de ocultação de bens e fraude de licitações por meio de assessores e pessoas ligadas a ele, segundo informações da Polícia Federal.

O delegado Oswaldo Scalezi Júnior, durante coletiva nesta quinta-feira (26) sobre a Operação Lavat afirmou que depois da deflagração da Operação Manus, notou-se que o ex-deputado federal passou a ter duas condutas. “A primeira é que ele estava articulando com seus assessores diretos a ocultação de seus bens, ou seja, um crime de lavagem de dinheiro. Percebemos uma segunda conduta, com base também nesses assessores, que era articulação junto a Prefeituras do Rio Grande do Norte, no direcionamento de licitações”, disse.

Ainda de acordo com a Polícia Federal, a prisão do ex-ministro no dia 06 de junho teria conseguido diminuir a influência de Alves sobre os Ministérios, em Brasília.

Três pessoas foram presas

A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (26) três pessoas por lavagem de dinheiro no Rio Grande do Norte, durante a Operação Lavat. Um dos detidos é funcionário do Ministério do Turismo.

A Operação Lavat é decorrente da Operação Manus, que em junho prendeu o ex-ministro da pasta Henrique Eduardo Alves (PMDB). O ex-deputado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha também foi alvo de prisão preventiva à época.

Os outros dois presos são assessores particulares de Henrique Eduardo Alves.

Os nomes dos presos na Operação Lavat são:

– Aluísio Henrique Dutra de Almeida (assessor de Alves)

– José Geraldo Moura Fonseca Júnior (assessor de Alves)

– Norton Domingues Masera (chefe da assessoria parlamentar do Ministério do Turismo)

Domiciano Fernandes da Silva e Fernando Leitão de Moraes Júnior foram conduzidos coercitivamente nesta operação.

A Operação Lavat

Foram cumpridos ainda mandados de busca na sede do Ministério do Turismo, em Brasília, e no apartamento do ex-ministro, em Natal.

A PF diz que crimes de lavagem de dinheiro continuaram a ser praticados, além de “ocultação de valores para o chefe do grupo”. Mais pessoas também foram identificadas na organização criminosa.

Durante a análise do material apreendido na operação anterior, foi identificado um esquema para fraudar licitações em várias cidades do Rio Grande do Norte cujos contratos, somados, chegam a R$ 5,5 milhões para sustentar campanha ao governo do Estado de 2014, que Henrique Alves disputou.

Além de Brasília (DF), todos os outros mandados da Operação Lavat foram cumpridos no Rio Grande do Norte. As cidades potiguares alvos da investida são: Natal, Parnamirim, Nísia Floresta, São José de Mipibu e Angicos. Ao todo, foram 110 policiais para cumprir 27 mandados: três de prisão temporária, 22 de busca e apreensão e dois de condução coercitiva.

Na Manus, também foi identificada e combatida corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro na construção da Arena das Dunas, com sobrepreço de até R$ 77 milhões.

O nome da operação ainda é referência ao provérbio latino “Manus Manum Fricat, Et Manus Manus Lavat”, cujo significado é: uma mão esfrega a outra; uma mão lava a outra.

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