PF prende grupo que clonou celulares de ministros de Temer e neto de Sarney

  • Por Jovem Pan com Estadão Conteúdo
  • 17/07/2018 13h28
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Marcos Correa/PR Ministros Carlos Marun (esq.) e Eliseu Padilha (dir.) ao lado do presidente Michel Temer em evento em Brasília

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta terça-feira, 17, a Operação Swindle contra um grupo criminoso que fazia clonagens de números telefônicos para aplicar golpes via aplicativo de trocas de mensagens. Em março, os alvos da investigação haviam clonado os celulares dos ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Secretaria de Governo, Carlos Marun, e do ex-ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra.

Os criminosos, diz a PF, se apossavam das contas de WhatsApp das vítimas e, fazendo-se passar pelos reais donos dos números, solicitavam transferências bancárias a pessoas de suas listas de contatos.

De acordo com a investigação da PF, o grupo se valia de contas bancárias falsas e outras emprestadas por terceiros para receber os valores arrecadados com as fraudes. Ao todo, a PF cumpre cinco mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva no Maranhão e Mato Grosso do Sul expedidos pela Justiça Federal em Brasília.

Segundo as apurações iniciais, os criminosos foram até uma operadora telefônica se passando por homens de confiança do governo, por meio de documentos falsos. Eles pediram um novo número e chip em nome dos ministros.

O ministro Carlos Marun foi o primeiro dos ministros a ser alvo do grupo. Como mostrou a Jovem Pan em março, após ser acionado via o aplicativo, um amigo pessoal do ministro se dispôs a fazer um depósito. O clonador teria usado até seu “estilo de se comunicar”, disse. De acordo com o ministro, quem trocava mensagens com ele recebia de volta um pedido de “um favor” seguido da pergunta se o contato possuía conta do Banco do Brasil.

“Um conhecido chegou a tentar fazer o depósito, mas a conta informada já não estava mais recebendo depósito”, disse o ministro à época. O amigo de Marun que quase caiu no golpe teria sido Aldo Teló, pai do cantor sertanejo Michel Teló. Três colegas de Osmar Terra teriam feito a transferência de R$ 6 mil.

Braço direito do presidente Michel Temer, o ministro Eliseu Padilha foi alvo duas vezes do grupo criminoso. Após trocar pela segunda vez de celular por causa da clonagem, o emedebista enviou uma mensagem aos seus contatos. “Atenção: este meu celular foi clonado e soube que estão fazendo pedidos indevidos em meu nome. Não atendas nem mandes mensagens para este número. Vou tratar de responsabilizar criminalmente o clonador”, escreveu Padilha.

Após o caso, a pedido de Padilha, a PF de Brasília instaurou o inquérito que deu origem à Swindle (fraude em inglês).

Grupo clonou celular de neto de Sarney

O grupo criminoso alvo da Operação Swindle da Polícia Federal clonou o celular do deputado estadual Adriano Sarney, neto do ex-presidente José Sarney, e de várias autoridades do Maranhão. A investigação da PF conta com a participação da Polícia Civil do Estado e mira um grupo que realizava clonagens de números telefônicos para aplicar golpes via aplicativo de trocas de mensagens.

A PF cumpre dois mandados de prisão no Maranhão. Um dos alvos já foi preso pela manhã e o segundo é considerado foragido. Os investigadores descobriram que o grupo atuava em outros Estados do País e tinha agentes públicos como alvos preferenciais. Além dos políticos do Maranhão e Brasília, autoridades do Paraná também foram vítimas dos golpes.

Os criminosos, diz a PF, se apossavam das contas de WhatsApp das vítimas e fazendo-se passar pelos reais donos dos números solicitavam transferências bancárias para pessoas de suas listas de contatos. Após a clonagem, o neto de Sarney, por exemplo, teria efetuado um depósito de R$ 70 mil.

Um dos presos no Maranhão, Leonel Pires Júnior, seria o líder do grupo e responsável por comprar, por meio de uma empresa, os chips utilizados pelos criminosos. A PF também descobriu que uma lan house era utilizada para a prática das fraudes.

De acordo com a investigação da PF, o grupo se valia de contas bancárias falsas e outras emprestadas por terceiros para receber os valores arrecadados com as fraudes.

“O grupo criminoso usou para a pratica criminosa, o aplicativo ‘WhatsApp’, para propagar a ação delituosa. Diversas autoridades do Maranhão e do Estado do Paraná foram vítimas dos golpistas”, informou a polícia do Maranhão.

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