PF prende servidores do Ibama e PMs suspeitos de crime ambiental

  • Por Jovem Pan
  • 08/05/2019 14h20 - Atualizado em 08/05/2019 14h35
EFE/arquivo/Marcelo Sayão Desmatamento na Amazônia - floresta amazônica - amazonas "Foram encontrados indícios de que alguns pecuaristas invadiam terras da União, comandavam desmatamentos e contratavam policiais militares para fazer a proteção", informou a PF

A Polícia Federal cumpriu, nesta quarta-feira (8), uma operação que prendeu policiais militares, servidores do Ibama e pecuaristas suspeitos de cometer crimes ambientais – entre eles, deixar de lavrar autos de infração por desmatamentos, multar “laranjas” em vez dos verdadeiros responsáveis e repassar informações privilegiadas de datas e locais das fiscalizações ambientais.

Cerca de 180 policiais trabalharam na operação no Acre, no Amazonas e em Minas Gerais. Foram expedidos 18 mandados de prisão, 36 de busca e outras medidas cautelares.

De acordo com a Polícia Federal, as ações dos criminosos resultaram em extensos desmatamentos no sul do Amazonas, lavagem de dinheiro e corrupção.

“Foram encontrados indícios de que alguns pecuaristas invadiam terras da União, comandavam desmatamentos e contratavam policiais militares para fazer a proteção das máquinas e das áreas de desmatamento, expulsar e ameaçar moradores locais, tendo sido apurada inclusive uma tentativa de homicídio praticada contra um pequeno produtor rural durante a atuação de grilagem de terra e desmatamento de uma área”, informou a PF.

Ao longo dos últimos anos, os investigados foram alvo de 169 autos de infração lavrados pelo Ibama, somando aproximadamente R$ 147 milhões em aplicação de multas, referente a uma área de 86 mil hectares – equivalente a duas vezes a área urbana da cidade de Rio Branco (AC).

A Operação Ojuara foi realizada com a cooperação do Ministério Público Federal e apoio do Exército Brasileiro. O termo Ojuara, segundo a PF, é tema de livro e filme brasileiros que narram aventuras do personagem título, indivíduo que teria desafiado o Diabo, referência ao codinome de um dos investigados.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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