PF vai criar coordenação de combate às facções criminosas
Para expandir a atuação da Polícia Federal no combate ao narcotráfico, o novo diretor da Polícia Federal, Rogério Galloro, vai aumentar as atribuições da Coordenação-Geral de Polícia de Repressão a Drogas, a CGPRE. A partir de agora, a divisão passará a se chamar Coordenação-Geral de Repressão a Drogas e Facções Criminosas e terá como meta investigar os grupos criminosos organizados que atuam no tráfico transnacional de drogas – como Primeiro Comando da Capital (PCC), Comando Vermelho (CV) e Família do Norte (FDN).
A medida tem o objetivo de adequar a PF às novas funções dentro do Ministério Extraordinário da Segurança Pública. A proposta de Galloro já está com o ministro, responsável por oficializá-las. O titular da coordenadoria será o delegado Júlio Cesar Baida Filho, que estava à frente da operação União Rio, ação da PF no trabalho integrado com as outras forças de segurança na intervenção federal no Rio de Janeiro.
O jornal O Estado de S. Paulo apurou que, além de se adequar às suas funções no Ministério de Segurança Pública, a criação da coordenaria visa unificar as informações de inteligência dentro da PF e, também, integrar os trabalhos da corporação com os das outras forças de seguranças que atuam contra as facções criminosas ligadas ao narcotráfico.
Embora ainda não tenha sido oficialmente criada, a coordenação já possui duas equipes em atuação. Uma dessas equipes está no Ceará para ajudar as forças de segurança locais na investigação sobre a disputa entre facções que tem feito aumentar os índices de criminalidade no estado. O outro grupo está no Rio de Janeiro onde atua com a Secretaria de Segurança Pública estadual na coleta de informações de inteligência para auxiliar na intervenção federal.
Dentro da estrutura organizacional da PF, a nova coordenadoria que deve avançar sobre facções, agora chamada CGPRE-FC, ficará sob o comando da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado (DICOR). O atual diretor do setor é o delegado Élzio Vicente da Silva, ex-superintendente da PF no Distrito Federal e visto dentro da corporação como um dos mais experientes no combate a grupos criminosos organizados.
Silva é autor de livros teóricos sobre a atuação da Polícia Federal e das outras polícias judiciárias. Em seu último trabalho, chamado “Operações Especiais de Polícia Judiciário”, o delegado aponta o formato de grandes operações, como Lava Jato, Zelotes e afins, como ideal para combater também facções criminosas e grupo de inspiração terrorista.
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