PGR denuncia Renan Calheiros na Operação Lava Jato
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República nesta segunda-feira (12), no âmbito da Operação Lava Jato, ao Supremo Tribunal Federal. Caso o STF aceite a denúncia, Calheiros se tornará réu pela segunda vez (veja mais ao final do texto).
Renan já era alvo de 11 inquéritos, oito deles referentes à Lava Jato, mas esta é a primeira vez em que uma denúncia é formalizada contra o peemedebista. As outras três investigações referem-se à Operação Zelotes, supostas irregularidades em Belo Monte e movimentações suspeitas de R$ 5,7 milhões.
Na denúncia agora aberta, Renan é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. Ele teria usado intermediários para pedir e receber dinheiro da empreiteira Serveng-Civilsan, que possuía contratos com a Petrobras.
Aníbal Gomes denunciado
Nesta denúncia, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, também implicou o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE). Os parlamentares peemedebistas teriam recebido propina no valor de R$ 800 mil. Aníbal também foi denunciado por lavagem de dinheiro de doações oficiais da empreiteira Serveng-Civilsan. Renan teria recebido os R$ 800 mil em propina do diretor comercial da companhia Serveng, Paulo Twiaschor.
(Foto: Agência Câmara)
Segundo a denúncia da PGR, Renan e Aníbal ofereceram apoio pela manutenção de Paulo Roberto Costa na diretoria de Abastecimento da estatal. O diretor então teria feito o necessário para que a empreiteira participasse de licitações.
Delação de Paulo Roberto Costa
Em seu acordo de delação premiada, o ex-diretor de Abastecimento afirmou que o Aníbal teria dito que Renan Calheiros queria a participação da empresa nas licitações.
Serveng-Civilsan
A empreiteira foi contratada para as obras da Refinaria Premium I, em Bacabeira, no Maranhão. A refinaria foi orçada em R$ 20 bilhões.
Réu
No começo de dezembro, Renan se tornou réu pela primeira vez em ação que investiga crime de peculato. A empreiteira Mendes Júnior bancou as despesas da pensão de uma filha que o peemedebista teve fora do casamento com a jornalista Mônica Veloso. O caso estourou em 2007. Mas só em 2011 o caso se tornou uma denúncia do Ministério Público Federal e, desde então, permanecia engavetado no STF.
Após ter se tornado réu, o ministro do Supremo Marco Aurélio Mello aceitou liminar da Rede Sustentabilidade e ordenou a saída de Renan Calheiros da Presidência do Senado, agravando a crise entre Legislativo e Judiciário. Renan, no entanto, se recusou a receber a ordem do oficial de justiça e, junto à mesa diretora do Senado, decidiu se manter no cargo. O plenário do STF julgou a liminar de Marco Aurélio no dia seguinte e Renan pôde permanecer à frente do Senado, mas foi retirado da linha sucessória da Presidência da República, por ser réu.
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