Pivô de crise no governo, Carlos Bolsonaro volta à Câmara do Rio, mas deixa sessão antes do fim
Pivô da mais recente crise no governo do pai, Carlos Bolsonaro (PSC) retornou à Câmara Municipal do Rio de Janeiro, onde cumpre mandato como vereador. O parlamento só retornou do recesso nesta sexta-feira (15).
Filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), Carlos se envolveu em briga com o titular da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno. Em rede social, o vereador disse o ministro mentiu ao dizer que conversou com o pai e divulgou áudio do que seria uma recusa.
Nesta sexta, Carlos foi ao plenário para acompanhar as primeiras votações do ano. Compartilhou em suas redes sociais a foto de um requerimento de outro vereador para homenagear o vice-presidente, Hamilton Mourão, na Câmara Municipal.
Carlos apoiou a proposta. “Assinando pedido de colega para oferecer a Medalha Pedro Ernesto para o general Mourão”, escreveu. Mourão tem demarcado diferenças em relação ao presidente Bolsonaro, em entrevistas diárias.
No Twitter, o filho do presidente Carlos já insinuou que o vice gostaria de substituir seu Bolsonaro na presidência. A homenagem foi proposta pelo vereador Jimmy Pereira, do PRTB, partido de Mourão. Carlos não quis falar com a imprensa ao chegar à Câmara.
Meia hora
Apesar de ter registrado presença, Carlos Bolsonaro ficou menos de meia hora no plenário. Ele deixou a sessão antes de votações serem encerradas. A sessão precisava de 17 parlamentares para continuar, mas só havia 15 vereadores no local.
Entenda a polêmica
Hoje ministro do governo, Gustavo Bebianno foi presidente interino do Partido Social Liberal durante o período eleitoral – o titular, Luciano Bivar (PE), estava em campanha por vaga na Câmara. Nesse período, Bebianno é suspeito de autorizar repasse R$ 400 mil em recursos públicos para uma candidata laranja do partido, segundo jornal.
Com a repercussão negativa para Jair Bolsonaro, que teve alta do Hospital Albert Einstein na quarta (13), o ministro disse que teria conversado “três vezes” com o presidente. Em resposta, Carlos, filho de Bolsonaro e vereador no Rio de Janeiro, publicou áudio em rede social, revelando que o pai teria se negado a conversar com o correligionário.
Nesta sexta, Bebianno se reuniu com os colegas ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo). Eles o informaram sobre a permanência na estrutura governo federal, o que teria tido anuência do presidente da República, que também teria afastado o filho dos assuntos do Executivo.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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