Planalto inicia redistribuição de cargos

  • Por Estadão Conteúdo
  • 31/08/2017 08h21
BOGT600.- BOGOTÁ (COLOMBIA), 11/04/2017.- Fotografía de archivo del 15 de marzo de 2017 del magistrado Edson Fachin, uno de los once miembros del Tribunal Supremo, quien dio luz verde así a los pedidos de la Fiscalía para abrir investigaciones contra autoridades con fuero privilegiado a partir de los testimonios de 77 exdirectivos del grupo Odebrecht. La Corte Suprema de Brasil autorizó investigar a 9 ministros del Gabinete del presidente Michel Temer y a 71 congresistas por su supuesta implicación en el escándalo de corrupción destapado en el seno de la petrolera estatal Petrobras, informó hoy, martes 11 de abril de 2017, el diario 'O Estado de Sao Paulo' en su versión digital. EFE/ARCHIVO/Joédson Alves EFE/ARCHIVO/Joédson Alves Iniciadas há duas semanas, as dispensas devem atingir cerca de 150 aliados de "infieis" e beneficiar o Centrão

Apesar da decisão do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, de devolver a delação do operador Lúcio Funaro à Procuradoria-Geral da República, o governo já se prepara para enfrentar uma nova crise quando a colaboração for divulgada e tenta se antecipar a uma nova denúncia contra Michel Temer.

O governo já começou a redistribuir cargos. Afilhados políticos de deputados que votaram contra Temer na primeira acusação apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por corrupção passiva, estão sendo demitidos. Iniciadas há duas semanas, as dispensas devem atingir cerca de 150 aliados de “infieis” e beneficiar o Centrão, bloco decisivo para barrar a denúncia na Câmara.

A delação deve ser usada na segunda denúncia que Janot pretende apresentar contra Temer antes de deixar o cargo, em 17 de setembro. Na segunda-feira, antes de viajar à China, Temer disse a ministros que, com a saída do procurador-geral, “as coisas voltarão ao normal”.

Para o Planalto, a decisão desta quarta-feira, 30, de Fachin de devolver a delação de Funaro foi uma “prova” de que Janot age de forma precipitada. Embora a defesa de Temer tenha pedido a suspeição de Janot, o governo já esperava a recusa de Fachin. A medida foi uma forma de marcar posição e manter as críticas ao PGR.

Em conversas reservadas, Fachin tem dito que não vai apressar a homologação do acordo. Apesar de ganhar tempo, o Planalto já se prepara para quando a delação de Funaro vier à tona. Preso desde julho de 2016 e conhecido como operador de propinas do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Funaro mandou recados de que não pouparia nenhum cacique do PMDB.

Para o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), também denunciado por Janot, Temer não tem com o que se preocupar. “Quem tem de pôr 342 votos é a oposição”, disse Jucá, referindo-se aos votos necessários para que a Câmara autorize o prosseguimento da denúncia. Para o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), outro alvo da Lava Jato, Temer continuará “sangrando” até 2018.

O deputado Marcos Rogério (DEM-RO) é o preferido do presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), para relatar uma eventual segunda denúncia.

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