PMDB defende candidatura própria para sucessão na Câmara

  • Por Estadão Conteúdo
  • 21/06/2016 09h23
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Wilson Dias / Agência Brasil Câmara vota pauta-bomba (01º/06)

Com a possibilidade de renúncia ou cassação do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cresce na legenda do presidente afastado da Câmara um movimento em defesa de candidatura própria do partido à sucessão na Casa. O movimento pode trazer um novo problema para o presidente em exercício Michel Temer, uma vez que contraria as articulações nesse sentido de outros grupos da base aliada.

Peemedebistas querem, com a defesa da candidatura própria, pressionar Temer a compensar a bancada pela forma como vem sendo tratada na distribuição de cargos no 2.º e 3.º escalões do Planalto. Deputados do PMDB reclamam que o chefe interino do Executivo não tem cumprido acordos com a bancada, que diz ser o “patinho feio” da gestão.

“A vaga é do PMDB”, disse o deputado Sérgio Souza (PMDB-PR). “Nosso partido tem que brigar pelo cargo”, afirmou Osmar Serraglio (PMDB-PR). “Defendo que o PMDB termine o mandato”, declarou Mauro Pereira (PMDB-RS). “O PMDB tem que ficar com o cargo”, defendeu o deputado Hildo Rocha (PMDB-MA). 

Segundo esses parlamentares, os membros da legenda não discutiram oficialmente o tema em respeito a Cunha, cujo processo de cassação aguarda análise pelo plenário, mas ponderam que esta é a posição da maioria e já falam em nomes. O mais citado é o de Serraglio, presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e ligado ao próprio Cunha. 

Serraglio defende a tese de que só o PMDB pode disputar a vaga de Cunha em caso de vacância, alegando que, pela regra da proporcionalidade, o cargo pertence ao partido, dono do amior número de políticos na Câmara(66 deputados).

O movimento peemedebista foi mal visto por grupos da base governista que articula candidaturas para a sucessão. A pressão do chamado Centrão, por exemplo, grupo de 13 partidos liderados por PP, PSD, PR e PTB, e a antiga oposição (PSDB, DEM, PPS e PSB), tendem a dividir o presidente. O líder do PMDB, Baleia Rossi (SP), aliado de Temer, já disse que o partido não deveria entrar na disputa. Atualmente, a bancada do PSDB discute eventual sucessão na Casa.

Consulta

Na última segunda-feira (20), Cunha sofreu mais um revés. O presidente interino da Casa, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), arquivou a consulta à CCJ que poderia ajudar o peemedebista a reverter, em pleito no plenário, o pedido de cassação aprovado no Conselho de Ética. Com a decisão, Cunha tem apenas os recursos na CCJ para tentar mudar o que o conselho aprovou.

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