PMDB instala comissão para avaliar situação do novo ministro da Aviação Civil

  • Por Agencia Brasil
  • 18/03/2016 12h25
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Divulgação/Roberto Stuckert Filho/PR Mauro Lopes foi empossado como novo ministro da Aviação Civil nesta quinta

O PMDB instalou nesta sexta (18) a comissão de ética do partido para analisar onze processos que pedem a expulsão do recém-empossado ministro da Aviação Civil, deputado Mauro Lopes (MG), da legenda.

De acordo com o advogado Eduardo Krause, integrante do PMDB gaúcho que foi eleito como presidente do colegiado, a decisão sobre o destino de Lopes deve ser definida dentro dos próximos 20 dias. A relatora do caso, Rosemary Rainha, que presidiu a Fundação Ulisses Guimarães no Distrito Federal, vai analisar os pedidos e, se considerar que deve dar prosseguimento, vai notificar o ministro na próxima semana para que ele se defenda no prazo de dez dias úteis.

O pedido de expulsão de Lopes foi entregue nesta quinta (17) ao presidente da legenda e vice-presidente da República, Michel Temer, por parlamentares que defendem a saída do partido do governo. Da ala insatisfeita com a aliança com o Planalto, Darcísio Perondi (RS) afirma que não há outra saída para Lopes: “Mauro Lopes será expulso. Não tem outro caminho. Este filiado agrediu a convenção nacional. Só tem um caminho: sua expulsão do partido”, defendeu.

Lopes tomou posse nesta quinta (17), no Palácio do Planalto, seis dias depois que a convenção nacional do PMDB determinou que membros da sigla não poderiam assumir cargos no governo federal por um período de 30 dias. Lopes disse que recebeu o apoio do partido para assumir a pasta e negou que a decisão contrarie a convenção.

Reações

Na defesa do ministro, o líder do partido na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), pediu serenidade. “O convite, o aceite e a informação pública de que o deputado ocuparia o cargo é um fato anterior à convenção do partido, tanto que o deputado foi saudado por vários discursos de convencionais, inclusive do antecessor da pasta, Eliseu Padilha”, disse.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), classificou a nomeação como um afronta que acirrou ainda mais as relações do partido com o governo. “Aquela nomeação de ministro do PMDB depois do que foi decidido na convenção foi uma afronta e certamente deve abreviar a decisão do partido sobre permanecer ou não na base do governo. Como membro do PMDB, o que acirrou foi a nomeação. Mas a presidente nomeia quem ela quiser para seus ministérios e quem quiser aceitar que o aceite”, disse.

Henrique Fontana (PT-RS), vice-líder do governo, contra-atacou e disse que a nomeação foi correta. “A nomeação indica que parcela da bancada participa do governo. O PMDB é um partido dividido. Uma parte do PMDB defende o impeachment até porque beneficia o presidente do partido [Michel Temer, vice-presidente da Repúnlica]. Temer é parte interessada. Mas outra parte entende que não temos que apostar no caminho do golpe”, disse.

Temer não compareceu à cerimônia de posse coletiva no Palácio do Planalto e divulgou hoje uma nota confirmando a reunião da Comissão Executiva Nacional para as 15h do próximo dia 29 para decidir sobre um possível rompimento da Aliança Política Administrativa com o Governo Federal.

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