PMDB só apoiou medida do ajuste porque “PT mostrou a cara”, diz líder

  • Por Jovem Pan
  • 07/05/2015 10h20
BRASÍLIA, DF, 15.04.2015: GOVERNO-CARGOS - O deputado Leonardo Picciani (relator do projeto) durante sessão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, para votação do Projeto de Emenda à Constituição (PEC) da redução dos ministérios, de autoria do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB RJ). (Foto: Beto Barata/Folhapress) Beto Barata/Folhapress Líder do PMDB na Câmara

Em entrevista à Jovem Pan nesta quinta (07), o deputado Leonardo Picciani, líder do PMDB na Câmara, disse que a sigla aguardou definição do partido do governo Dilma, o PT, para apoiar a MP 665.

A medida provisória diminui pela metade o tempo mínimo para pedir seguro-desemprego (será de 12 meses), a regra do abono salarial (um salário mínimo anual para quem recebe até R$ 1576,00, agora proporcional ao número de meses trabalhado) e o seguro-defeso, pago aos pescadores na época em que a pesca é proibida (terá de ter um ano de registro).

Ela foi aprovada em votação apertada (252 a 227) em sessão marcada por muito tumulto entre deputados e manifestantes na tribuna da Câmara que atiraram falsas notas de dólares.

“O PT mostrou a sua cara e apenas um deputado do PT votou contra a medida de ajuste”, disse Picciani. “(PT) Fez aquilo que deveria fazer, como partido da presidente da República.”  Membros do Partido dos Trabalhadores vinham demonstrando resistência à medida que estabelece um dos pontos do ajuste fiscal, pacote do governo para cortar gastos. Mas a maior parte foi convecida: apenas um dos 55 petistas presentes votou contra. Outros nove faltaram à sessão.

O deputado justificou o apoio do PMDB. “Havia um apelo do governo e da presidente da República de que isso era estritamente necessário para o País e para o saúde da economia”, afirmou. “Demos esse voto de confiança a partir do momento em que o partido da presidente da República e o próprio governo foram claros em solicitar esse apoio e defender as medidas”.

O PMDB não quis votar a MP 665 na terça. Ontem, admitiu votar. 

Picciani nega que o PMDB cobre do governo mais espaço “e mais coisas neste sentido” pelo apoio. O apoio à medida do governo, porém, não foi unânime. Treze dos 63 deputados do PMDB presentes e aptos a votar disseram “não” à medida do ajuste.

Ele defendeu também diminuição do número dos ministérios, para “o governo ser menos caro, ser mais ágil, ter mais nitidez, um ministério mais forte”.

Quem é o PMDB?

“O PMDB faz parte do governo”, disse ainda Picciani, citando o vice Michel Temer. “Agora, o PMDB é um partido independente”, completou.

Questionado sobre qual é o posicionamento ideológico da sigla, se direita, esquerda, ou centro, Picciani disse: “Eu pessoalmente não gosto muito dessa definição clássica”.

“As diferenças nos programas dos partidos não são significativas a ponto de justificar essa diferença que nós tínhamos no século XVIII”, justificou.

Mas logo depois respondeu: “O PMDB é um partido de centro. Nós temos quadros que vão até a esquerda, centro-esquerda, e temos quadros de centro e de centro-direita. Acho que na média seria um partido de centro”.

“Acho que o governo está na mesma média ao analisar por inteiro a sua base aliada”.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.