PMs da Rota são réus acusados de matar homem desarmado na Operação Escudo

MInistério Público afirma que Rafael Perestrelo Trogilo e Rubem Pinto Santos simularam que vítima portava uma pistola; Secretaria de Segurança Pública afirma que encaminhou inquérito à Justiça Comum

  • Por Jovem Pan
  • 25/04/2024 16h08 - Atualizado em 25/04/2024 16h10
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Sergio Barzaghi / Governo do Estado de SP Rota Rota

A Justiça acatou a denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP) por homicídio contra dois policiais militares da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) que mataram um homem desarmado no Guarujá na Operação Escudo, no ano passado. Em Santos, litoral de São Paulo, uma operação realizada entre julho e dezembro de 2023, resultou em  28 vítimas decorrentes de intervenção policial. Os policiais Rafael Perestrelo Trogilo e Rubem Pinto Santos mataram Jefferson Junio Ramos Diogo, de 34 anos, na comunidade Pae Cará, em Vicente de Carvalho, Guarujá, em 29 de julho de 2023.

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Conforme o boletim de ocorrência, os policiais faziam uma incursão na favela da Prainha e avistaram três homens, dois estavam armados, atravessando a linha do trem. Um dos homens teria apontado a arma para os agentes, que “efetuaram disparos para evitar a eminente agressão”. No ato, os policiais acabaram atingindo um homem, que mais tarde foi identificado como Jefferson. Ainda segundo o boletim, uma pistola Cherokee calibre 9mm com 16 minuções e uma pistola .40 com oito munições, cocaína, maconha e crack foram apreendidos.

Entretanto, conforme a denúncia do MPSP, Jefferson estaria desarmado e os policiais sabiam desse fato e, por isso, para não serem responsabilizados, “realizaram gestos dissimulados e diálogos referentes à arrecadação de uma pistola, posteriormente apresentada à Autoridade Policial [Polícia Civil]”. O policial Rubem Pinto Santos teria se colocado ao lado do colega para não ser registrado pela câmera corporal e assim não registrar o momento. “Os denunciados, mesmo com câmeras operacionais, não hesitaram simular a apreensão de uma pistola ao lado do corpo de vítima que, em verdade, estava desarmada”, diz trecho da denúncia.

A denúncia foi aceita pelo juiz Edmilson Rosa dos Santos, da 3ª Vara Criminal do Guarujá, no último dia (4) de abril. O MP havia requerido o afastamento dos agentes, entretanto, o magistrado determinou somente que eles deixassem as funções externas,”permanecendo em trabalho administrativo interno na corporação”. As atividades devem ser feitas fora da localidade do Guarujá.

Os policiais precisam manter uma distância mínima de 300 metros das testemunhas e do local do crime, estão proibidos de tentar qualquer comunicação com as vítimas ou testemunhas do caso, conforme a justiça determinou.

A SSP se pronunciou sobre o caso e informou que: “todas as circunstâncias dos fatos foram apuradas por meio de Inquérito Policial Militar (IPM) e o procedimento foi remetido à Justiça Comum em outubro de 2023. As imagens das câmeras corporais foram encaminhadas em sua integralidade ao Ministério Público. Os policiais foram afastados das atividades operacionais e passaram a atuar em funções administrativas, conforme determinação judicial.”

Não conseguimos contato com a defesa dos policiais. O espaço segue aberto.

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